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    Empresas aéreas ensinam passageiros novatos a viajar de avião

    RICARDO GALLO
    DE SÃO PAULO

    18/05/2014 02h00

    Ana Lúcia da Silva, 44, estava ansiosa para fazer a sua primeira viagem de avião. Não sabia como seria, se o serviço de bordo era gratuito ou pago, onde iria se sentar ou a quem pediria ajuda caso precisasse.

    O marido, que já havia andado de avião, foi quem comprou a passagem, pela internet, e a levou ao aeroporto em Juazeiro do Norte, no Ceará.

    Para não ter erro, ele ainda ficou ao lado de Ana na fila do balcão de check-in.

    "Foi bem tranquilo, mais do que eu estava esperando", contou ela, enquanto aguardava a irmã lhe buscar, na manhã da última quinta-feira (15) no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.

    Foi também a primeira vez em que ela pisou em São Paulo. "Só senti medo no final do voo, quando o avião começou a descer", disse.

    Passageiros como Ana Lúcia estão no alvo das duas maiores companhias aéreas brasileiras. Na disputa pelos viajantes novatos, elas têm criado ações específicas para atrai-los.

    A Gol, por exemplo, testa desde o último trimestre do ano passado um projeto batizado de "Ganhando Asas" em Recife, Salvador e Curitiba, bases onde a empresa constatou grande número de primeiros viajantes.

    A iniciativa será estendida para outras cidades do país nos próximos meses.

    Nela, atendentes são treinados para reconhecer um passageiro de primeira viagem e questioná-lo se de fato é novato em um avião da Gol.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    Passageiros fazem fila para check-in da Gol no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP)
    Passageiros fazem fila para check-in da Gol no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP)

    BROCHE

    Esse reconhecimento não é difícil, pois um passageiro de primeira viagem costuma ter dúvidas que um viajante frequente não tem, como não saber como fazer o check-in, o que levar na bagagem e onde embarcar, segundo Florence Scappini, diretora de marketing da Gol.

    O passageiro, então, recebe um broche laranja, que serve para identificar para atendentes do embarque e para os comissários de bordo, no avião, que se trata de um viajante estreante.

    Segundo Florence, o estafe dá atenção particular ao passageiro. A ele é perguntado se precisa de alguma ajuda, por exemplo, para achar o assento e colocar o cinto de segurança.

    O projeto também está sendo implantado em shopping centers. Cerca de 5.700 broches já foram distribuídos nas três bases, a maior parte deles no Recife.

    A ação será estendida para todo o país depois da Copa do Mundo, afirma a Gol, segundo a qual cerca de 10% dos seus passageiros viajam de avião pela primeira vez.

    Também de olho nesse mercado, a TAM colocou na semana passada em seu site um guia para o passageiro de primeira viagem com respostas a dúvidas frequentes sobre como viajar.

    A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), que reúne as duas, mais Azul, Avianca e TAP, lançou uma publicação com mesmo tema em fevereiro.

    "Esse passageiro não conhece os rituais que envolvem uma viagem", diz Gislaine Rossetti, diretora de relações institucionais e sustentabilidade da TAM.

    De acordo com ela, funcionários da empresa foram treinados para atender aos passageiros novatos. A empresa afirma não saber quantos dos seus clientes voam de avião a primeira vez.

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