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    Haddad diz que Prefeitura de SP não esperava protesto de motoristas

    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO

    20/05/2014 13h46

    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, reconheceu que a administração municipal foi pega de surpresa com o protesto de motoristas e cobradores de ônibus desta terça-feira (20). Segundo a SPTrans, os terminais Lapa, Pirituba e Pinheiros, na zona oeste, Sacomã, na zona sul, e Princesa Isabel e Amaral Gurgel, na região central, foram travados pelos manifestantes.

    De acordo com o sindicato da categoria, trata-se de um protesto de um grupo dissidente que não concorda com o acordo salarial fechado com as empresas de ônibus. A proposta acordada com as companhias prevê um reajuste salarial de 10%, além de aumento nos valores do vale-refeição e na participação nos lucros.

    "Ontem, recebi uma comunicação do sindicato dos empresários dizendo que fecharam um acordo com a categoria. Então, para mim foi uma completa novidade, uma dissidência do sindicato que não aceita os termos do acordo", afirmou.

    O prefeito informou que o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, já foi acionado para avaliar "providências cabíveis", entre elas disponibilizar uma frota adicional para substituir os ônibus em greve.

    Para ele, que participou nesta manhã da 65ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, "se há um acordo, ele tem de ser cumprido". Haddad não descartou inclusive a possibilidade de aplicação de multa aos setores paralisados.

    "É o caso de aguardar a providências para saber quais são as possibilidade jurídicas, o que a lei nos permite fazer. Mas nós vamos usar o contrato para (se for necessário) colocar frota para cobrir. Eu entendo que se há o acordo, ele tem de ser cumprido", disse.

    Atualmente, o piso salarial de motoristas é de R$ 1.955, e o de cobradores, R$ 1.130. A proposta de reajuste salarial foi aprovada pela categoria em assembleia esta semana.

    DISPUTA POR PODER

    Uma disputa por poder dentro do sindicato dos motoristas de São Paulo pode ter sido o estopim para a manifestação que fechou ao menos seis terminais de ônibus na manhã desta terça-feira na capital. Sindicalistas ligados a atual gestão frente a entidade dizem que o protesto foi orquestrado pela oposição.

    Francisco Xavier da Silva Filho, diretor executivo do sindicato dos motoristas acredita na participação de pessoas "infiltradas". "Com certeza foi alguém infiltrado que não aceitou a perda [ das eleições] no ano passado. Eu até acho que quem parou pode ter sido algum oportunista que perdeu", afirmou.

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