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    Em dia de protestos, SP tem maior trânsito do ano, com 261 km de filas

    DE SÃO PAULO

    20/05/2014 19h17

    A cidade de São Paulo registrou às 19h desta terça-feira o maior congestionamento desde o início do ano. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), eram contabilizados 261 km de lentidão, o que supera o recorde anterior de 258 km de congestionamento, registrado em 17 de abril, às 17h30.

    A lentidão acontece em dia de protestos e paralisação dos ônibus. Por volta das 19h, ainda estavam fechados 15 dos 28 terminais de ônibus da cidade. São eles: Amaral Gurgel, Barra Funda, Bandeira, Butantã, Cachoeirinha, Casa Verde, Dom Pedro, Lapa, Mercado, Santana, Sacomã, Pirituba, Pinheiros, Princesa Isabel e Varginha.

    Com isso, a CET suspendeu o rodízio de veículos, que impediria a circulação de veículos com placas de final 3 e 4 no período das 17h às 20h. Apesar disso, estão mantidas as proibições de circulação nos corredores e faixas exclusivas de ônibus nos horários regulamentados, bem como a Zona Azul e a ZMRC (Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões).

    Além disso, os trens e metrôs apresentam maior do que o normal, com plataformas lotadas. A diarista Antonia Rosa Nascimento, 54, ainda aguardava um ônibus no terminal Bandeira, por volta das 19h10, após três horas. "Moro no Jardim Ângela. Como farei, vou a pé?", disse. Algumas pessoas disseram que passarão a noite no local.

    Além da greve dos motoristas e cobradores de ônibus, um grupo de professores da rede municipal também fez uma passeata entre a tarde e a noite desta terça-feira na av. Paulista na rua da Consolação, até o viaduto do Chá. Já um grupo de sem-teto protestou na zona sul, invadindo uma construtora.

    ÔNIBUS

    Segundo o sindicato da categoria, trata-se de um protesto de um grupo dissidente que não concorda com o acordo salarial fechado com as empresas de ônibus. A proposta acordada com as companhias prevê um reajuste salarial de 10%, além de aumento nos valores do vale-refeição e na participação nos lucros.

    "A gente conseguiu uma luta que vinha realizando há mais de 10 anos, que é a insalubridade e o direito dos trabalhadores se aposentarem aos 25 anos de trabalho. Isso é uma conquista de 10 anos. A categoria teve o direito reconhecido. Além disso, tivemos 10% de aumento, o ticket foi para R$ 16,50, a nossa cesta básica que era fornecida pelas empresas de péssima qualidade será melhorada", afirmou Francisco Xavier da Silva Filho, diretor executivo do sindicato dos motoristas.

    Atualmente, o piso salarial de motoristas é de R$ 1.955, e o de cobradores, R$ 1.130. A proposta de reajuste salarial foi aprovada pela categoria em assembleia nesta segunda-feira (19). Os manifestantes pedem um reajuste de pelo menos 33%, vale refeição de R$ 22 -atualmente o valor é de R$ 15,30- e melhorias na cesta básica e plano de saúde da categoria.

    "A gente fez uma paralisação sem líder, começamos aqui [largo do Paissandu] e automaticamente foi tudo parando, se avisando por telefone, porque tá todo mundo insatisfeito. Todos pela mesma causa. A gente quer 33% de reajuste salarial, R$ 22 de ticket, R$ 1.500 de PL [participação nos lucros], melhores condições de trabalho, uma cesta básica decente, carga horária ajustada para fazer os percursos das viagens, convênio médico melhor porque o nosso é pior do que hospital público", diz Sidney Santos, 29, motorista e manifestante.

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