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    Haddad diz que paralisação de ônibus em São Paulo é 'injustificável'

    DE SÃO PAULO

    20/05/2014 19h41

    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse na noite desta terça-feira (20) que o protesto e paralisação de motoristas e cobradores de ônibus foi "inesperado" e é "injustificável" e "inadmissível".

    A prefeitura de São Paulo anunciou que irá acionar o Ministério Público de São Paulo para que seja instaurado inquérito civil que apure as motivações e os responsáveis pelo movimento.

    Segundo o secretário municipal Jilmar Tatto (Transportes), a paralisação chegou a afetar nesta terça-feira até 230 mil usuários de transporte coletivo.

    "Um grupo de pessoas, cuja insatisfação não se conhece a causa, agiu de maneira completamente inapropriada e inadmissível para a cidade de São Paulo", disse o prefeito. "Isso causou um enorme prejuízo para a população, que não conhece o problema, assim como nós", acrescentou.

    O secretário municipal disse ainda que a prefeitura estuda acionar a Polícia Federal e a Polícia Civil para contribuir na investigação e, caso seja identificado o envolvimento de integrantes do sindicato no protesto, o poder público poderá até mesmo tomar medidas penais.

    "Nós vamos fazer um dossiê e mandar para o Ministério Público. (Houve) conversa com o promotor Saad Mazloum e ele possivelmente vai instaurar um inquérito civil sobre o que está acontecendo na cidade de São Paulo", disse o secretário.

    Jilmar Tatto não descartou ainda adotar punições contra as empresas de transporte coletivo, que sejam previstas em contrato, caso seja identificado o envolvimento delas no protesto.

    Ele informou ainda que a Polícia Militar irá contribuir já nesta terça-feira com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para retirada dos veículos dos corredores de ônibus. As empresas foram acionadas também para retirada de segunda cópia das chaves dos veículos que foram perdidas.

    PROTESTO

    Segundo o sindicato da categoria, trata-se de um protesto de um grupo dissidente que não concorda com o acordo salarial fechado com as empresas de ônibus. A proposta acordada com as companhias prevê um reajuste salarial de 10%, além de aumento nos valores do vale-refeição e na participação nos lucros.

    "A gente conseguiu uma luta que vinha realizando há mais de 10 anos, que é a insalubridade e o direito dos trabalhadores se aposentarem aos 25 anos de trabalho. Isso é uma conquista de 10 anos. A categoria teve o direito reconhecido. Além disso, tivemos 10% de aumento, o tíquete foi para R$ 16,50, a nossa cesta básica que era fornecida pelas empresas de péssima qualidade será melhorada", afirmou Francisco Xavier da Silva Filho, diretor executivo do sindicato dos motoristas.

    Atualmente, o piso salarial de motoristas é de R$ 1.955, e o de cobradores, R$ 1.130. A proposta de reajuste salarial foi aprovada pela categoria em assembleia nesta segunda-feira (19). Os manifestantes pedem um reajuste de pelo menos 33%, vale refeição de R$ 22 -atualmente o valor é de R$ 15,30- e melhorias na cesta básica e plano de saúde da categoria.

    "A gente fez uma paralisação sem líder, começamos aqui [largo do Paissandu] e automaticamente foi tudo parando, se avisando por telefone, porque tá todo mundo insatisfeito. Todos pela mesma causa. A gente quer 33% de reajuste salarial, R$ 22 de tíquete, R$ 1.500 de PL [participação nos lucros], melhores condições de trabalho, uma cesta básica decente, carga horária ajustada para fazer os percursos das viagens, convênio médico melhor porque o nosso é pior do que hospital público", diz Sidney Santos, 29, motorista e manifestante.

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