Funcionários da academia Tem Esportes, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), tentaram desligar uma caldeira a gás pouco antes da explosão que deixou dois mortos no sábado (17).
Segundo o advogado dos proprietários, Roberto Leonessa, o acidente ocorreu antes que isso fosse feito.
A caldeira era usada para aquecer a água da piscina e dos chuveiros da academia.
"Nunca tinha havido qualquer reclamação sobre gás. No dia do acidente, os responsáveis pela unidade perceberam que o cheiro estava muito forte e deram a ordem para que a caldeira fosse desligada. Mas não deu tempo", afirmou o advogado.
Segundo Leonessa, o principal representante da rede de academias, Mario Leonardo Vendrami, deve se apresentar à polícia até sexta-feira (23) para prestar depoimento e levar documentos como os alvarás que comprovariam a autorização de funcionamento da academia.
"Os proprietários querem mais do que ninguém ver isso esclarecido. Não temos nada a esconder", disse.
Na explosão, morreram a professora de natação Hélne Boriczeski Alves, 26, e o torneiro mecânico Marcos Aparecido Pardim, 50. Outras 15 pessoas ficaram feridas.
O caso é investigado como explosão culposa (ocorrida sem intenção), que pode resultar em pena de seis meses a dois anos de prisão aos eventuais responsáveis.
A delegada Telma Regina Violi Preto, responsável pelo inquérito, afirma que aguarda o parecer da perícia para confirmar se os proprietários devem ser indiciados.
"Preciso ter a certeza de que houve negligência no vazamento de gás e provas de como aconteceu o caso para responsabilizar alguém pelo ocorrido e pelas duas mortes", afirmou a delegada.