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    Há uma "passividade" da PM com protestos de ônibus, diz secretário

    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO

    21/05/2014 12h26

    O secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira (21) que há uma "passividade" da Polícia Militar em questões relativas a ônibus. Tatto afirmou também que irá se reunir com o secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella Vieira, para que a PM ajude na crise deflagrada na capital paulista.

    Questionado pela Folha se havia tratado com o promotor Saad Mazloum, do Ministério Público de São Paulo, sobre uma possível omissão das forças policiais nos protestos desta terça-feira (20), Tatto respondeu: "O que existe em relação à polícia, e eu já falei isso outras vezes, é uma certa passividade em relação ao que acontece na cidade. Particularmente na questão do ônibus".

    O secretário classificou o movimento dos motoristas e cobradores como "sabotagem". "Esse é um problema de uma categoria algumas vezes violenta e também que não tem uma hegemonia política e que acaba trazendo transtornos para a cidade", afirmou.

    Segundo ele, se uma via está obstruída, a PM tem o poder de agir para garantir "o poder de ir e vir". "Nós vamos conversar para haver uma ação para amenizar esse problema na cidade", disse Tatto.

    O encontro entre o petista e Grella acontecerá às 15h30 desta quarta-feira (21). Tatto disse que não quer acreditar que haja uma motivação política nas manifestações. "Deu para perceber que quem fez o movimento é um setor minoritário, ligado ao sindicato, e que talvez seja de oposição", afirmou.

    O petista disse ainda que a prefeitura irá punir as empresas de transporte caso haja alguma indicação do envolvimento delas no protesto.

    Por meio de nota a secretaria de Segurança Pública, disse que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a eventual ocorrência de crime na manifestação promovida por motoristas de ônibus. Os líderes do sindicato da categoria foram intimados a prestar depoimento.

    A secretaria ainda rebateu as críticas do secretário de transportes. "A SSP esclarece que não cabe à PM a remoção de ônibus que tenham sido abandonados por manifestantes nas vias públicas, que é responsabilidade das autoridades de trânsito por meio de guinchos e motoristas ou servidores que possam fazê-lo. A Polícia Militar também esteve à disposição das autoridades municipais para dar segurança aos funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfego", informou a nota.

    Os coletivos de cinco empresas não deixaram as garagens para circular nas primeiras horas da manhã. Este é o segundo dia consecutivo que um grupo dissidente do sindicato dos motoristas e cobradores realiza um protesto na cidade.

    Eles não concordam com um acordo salarial firmado entre a entidade que representa a categoria e as empresas de ônibus.

    BLOQUEIOS PELA CIDADE

    Além da falta de ônibus nas ruas, os coletivos que saíram das garagens participam de protestos e também deixam de atender os passageiros. De acordo com a CET, há bloqueios feitos por motoristas em diversas vias da cidade.

    De acordo com a CET, às 12h15 havia ao menos 11 bloqueios que dificultavam o trânsito.

    As faixas da direita e esquerda da avenida Brigadeiro Faria Lima, sentido Pinheiros, na altura da rua Cardeal Arcoverde estão bloqueadas.

    Também há problemas na rua Butantã e na avenida Eusébio Matoso, próximo a Faria Lima. Pela Rebouças, sentido bairro, também há bloqueio de motoristas e cobradores.

    O corredor de ônibus da avenida Francisco Morato também está bloqueado, tanto no sentido centro quanto no sentido bairro.

    Situação complicada ainda pela estrada do M'Boi Mirim, onde, segundo a CET, há um bloqueio total da via próximo ao terminal do Jardim Ângela. Outras ruas e avenidas da zona sul também estão bloqueadas por motoristas e cobrados.

    Apesar dos bloqueios, o trânsito na cidade é considerados dentro da média para o dia e para o horário. No total São Paulo registrava às 12h, 46 km de ruas e avenidas congestionadas.

    RODÍZIO SUSPENSO

    Durante a entrevista coletiva nesta quarta-feira, o secretário também afirmou que rodízio de veículos está suspenso no período da tarde na cidade. Por tanto, carros e caminhões com placas finais 5 e 6 estão liberados para circular pelo centro expandido da capital no período da tarde.

    Durante a manhã, no entanto, a restrição de veículos vigorou normalmente – das 7h às 10h. A suspensão do rodízio de veículos acontece pelo segundo dia consecutivo e coincide com uma paralisação de motoristas e cobradores de ônibus na capital.

    "Hoje está suspenso a tarde. Nós temos de aguardar o dia de hoje. Eu não sei ainda se amanhã será suspenso também há uma negociação", disse o secretário.

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