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    Ônibus começam a deixar garagem da Gato Preto; bloqueio continua em uma empresa

    MÁRIO BITTENCOURT
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    22/05/2014 06h51

    Após ficarem mais de uma hora impedidos de deixar as garagens, ônibus da empresa Gato Preto começaram a sair às ruas na manhã desta quinta-feira, na zona oeste de São Paulo.

    No momento, segundo a SPTrans (empresa gestora do transporte municipal), apenas os veículos da viação Santa Brígida, que atua na mesma região da cidade, continuam impedidos de circular, devido à manifestação de motoristas e cobradores.

    Para causar menos transtornos aos usuários do transporte coletivo, o órgão informou que foi acionado o sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), colocando nas ruas 95 ônibus, atendendo usuários das linhas Terminal Pirituba-Largo Paissandu, Terminal Pirituba-Praça Ramos, Vila Iório-Terminal Pinheiros e Terminal Vila Nova Cachoeirinha-Largo Paissandu.

    A SPTrans informou que todos os 28 terminais da cidade estão funcionando e as outras oito empresas de ônibus operam normalmente.

    Rodoviários relataram à Folha que parte da categoria decidiu manter a paralisação até haver definição sobre o reajuste salarial. Segundo eles, uma reunião está prevista para as 10h de hoje com o prefeito Fernando Haddad (PT). A prefeitura diz que nenhum pedido de audiência foi feito e adota discurso de que não é seu papel intermediar as relações trabalhistas.

    A decisão de suspender a greve ocorreu durante encontro na noite de ontem de trabalhadores dissidentes, representantes do sindicato, contrários a greve, e Ministério do Trabalho.

    Ficou definido que o grupo pedirá a Haddad que interceda junto às empresas. Estas, porém, querem manter o acordo já firmado com o sindicato, que prevê 10% de reajuste salarial.

    Os manifestantes, que iniciaram a paralisação do transportes público na terça-feira (20), querem reajuste salarial de 33%, um valor maior de vale-refeição e mudança do plano de saúde.

    Os trabalhadores, sem uma liderança clara, ameaçaram ontem parar a cidade novamente caso as empresas concessionárias do serviço não aceitem renegociar.

    CAOS

    Na quarta (21), 14 dos 28 terminais da cidade chegaram a ficar fechados simultaneamente, enquanto outros ficaram praticamente vazios, já que as garagens de cinco empresas –Santa Brígida, Sambaíba, Gato Preto, Via Sul e VIP– foram bloqueadas pelos grevistas logo pela manhã.

    As regiões norte, sul e oeste foram as mais prejudicadas. No terminal Pinheiros, na zona oeste, apenas uma linha estava funcionando no fim da tarde. O rodízio de veículos voltou a ser suspenso.

    A Polícia Civil e o Ministério Público abriram inquéritos para investigar a atuação dos grevistas, que impediram colegas de trabalhar.

    Segundo o secretário Jilmar Tatto (Transportes), cerca de 1 milhão de pessoas foram afetadas pela paralisação. Já o SPUrbanuss, sindicato das empresas, afirmou que cerca de 4.000 ônibus, que atenderiam 2,6 milhões de pessoas, não circularam.

    A volta para casa continuou complicada. Na noite anterior, passageiros chegaram a passar a noite em terminais.

    Os grevistas protestaram também em vias de grande circulação, como as avenidas Rebouças, Faria Lima e Francisco Morato, na zona oeste, e Inajar de Souza (norte).

    A tática foi semelhante à usada na terça (20): os ônibus eram abandonados em fila, bloqueando parte das vias. Segundo o secretário de Transportes, homens armados obrigaram ônibus a parar na zona sul da capital.

    Em Brasília, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) chamou a paralisação de "irresponsabilidade" e criticou os sindicatos, que, disse, estão aproveitando a proximidade da Copa para protestar.

    "As pessoas não vão simplesmente aceitar que categorias profissionais, por um interesse localizado, prejudiquem o conjunto da população, em um momento tão importante pro Brasil", afirmou.

    A Justiça do Trabalho determinou que 75% das linhas operem nesta quinta, sob pena de multa ao sindicato.

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