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    Marcha das Vadias reúne cerca de 500 pessoas no Masp, diz organização

    SABINE RIGHETTI
    DE SÃO PAULO

    24/05/2014 13h49

    Desde a manhã deste sábado (24) frio e chuvoso, cerca de 500 pessoas estão reunidas no vão do Masp (centro) para participar do movimento feminista Marcha das Vadias.

    Os números são da organização do evento, que espera juntar até 3.000 pessoas. A maioria dos militantes é mulher.

    Nas faixas, que foram pintadas durante a manhã, há dizeres como "Meu corpo, minhas regras" e "Quem cala não consente".

    Na bateria, o grito era "vem pra rua contra o machismo."

    A marcha feminista acontece anualmente desde 2011. Tradicionalmente, as manifestantes tiram a roupa em defesa dos diretos das mulheres.

    Após o final do movimento, o público foi estimado em 2.000 pessoas pela organização, ou 300 de acordo com a polícia.

    VIOLÊNCIA EM CASA

    O tema da marcha deste ano é violência sexual. De acordo com Priscila (nome fictício), que é uma das organizadoras do evento, a ideia é conscientizar a população sobre os crimes sexuais.

    "Dados mostram que sete em cada dez mulheres estupradas sofreram violência por alguém conhecido, muitas vezes da própria família. Estupro não acontece somente à noite em ruas escuras", diz.

    Ela não quis se identificar porque diz ter sido ameaçada recorrentemente pela internet. "Muita gente entra na nossa página do Facebook e diz que a gente merece ser estuprada."

    A Folha conversou também com Melissa (nome fictício), que diz ter sido estuprada pelos tios dos quatro aos sete anos.

    Hoje, adulta e grávida de nove meses, ela diz ter encontrado na marcha um espaço para falar sobre a violência que sofreu.

    "Eu só consegui falar sobre o estupro que sofri aos 26 anos. É muito difícil falar", afirma.

    CONCORRÊNCIA

    A Marcha das Vadias fez um acordo com a organização do protesto anti-Copa para que os movimentos não concorressem.

    A proposta das feministas é sair em marcha pela rua Augusta por volta das 14h. A concentração do protesto anti-Copa começa uma hora depois, na Sé.

    "A PM deve ficar por lá [no protesto anti-Copa]. Aqui há mais mulheres, idosos e crianças, quase não há policiais", disse uma das organizadoras do evento.

    A "concorrência", porém, não para por aí.

    No mesmo vão do Masp um grupo de homens e mulheres trocava figurinhas da Copa, alheio às feministas.

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