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    Metroviários rejeitam contraproposta e devem parar trens nesta quinta em SP

    DE SÃO PAULO

    04/06/2014 13h50

    Terminou sem acordo a audiência de conciliação entre o Metrô e funcionários, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em São Paulo. O encontro tentava impedir uma possível greve programada pelos metroviários para quinta-feira (5).

    O Metrô aumentou a proposta de reajuste salarial, mas os metroviários insistem em pedir um aumento de "dois dígitos". O governo ofereceu um reajuste de 8,7% –a última proposta era de 7,8%.

    Os metroviários vão levar nova a proposta para a assembleia da categoria, marcada para as 18h30. O presidente do sindicato dos metroviários, Altino de Melo Prazeres Junior, no entanto, adiantou que os metroviários não irão aceitar o reajuste oferecido.

    "Com essa proposta da empresa, vai ter greve. Eu espero que o governador repense e até a hora da assembleia faça uma proposta que atenda as reivindicações dos trabalhadores. Menos de dois dígitos não é possível aceitar, este é o mundo real. A inflação dos alimentos em São Paulo, e da inflação geral, é muito acima disso", disse.

    A última proposta feita pelos metroviários era de 16,5%, mas hoje eles disseram que recuariam desde que o índice chegasse a mais de 10%.

    O Metrô ainda tentou um acordo concedendo aumento nos benefícios, como no vale refeição e vale alimentação. Juntos, os reajustes resultariam em aumentos de 10,6% a 13,3%, dependendo do cargo, nos rendimentos finais dos metroviários. Para Luiz Antonio Carvalho Pacheco, presidente do Metrô, foi uma "proposta bastante substantiva", mas também foi recusada.

    Pacheco disse que a possibilidade de greve é preocupante, mas reconheceu que a companhia não tem condições financeiras de conceder mais aumento. "Não temos como pagar, simplesmente a tarifa está congelada há dois anos. Estamos fazendo um esforço de prestar um serviço com essa tarifa, nós não termos de onde tirar".

    Prazeres Junior rebateu a declaração e disse que "se tiver greve, na nossa opinião a responsabilidade é do governo do Estado. Tem sim condições de pagar, tem dinheiro em caixa", disse.

    Pacheco disse ter "expectativa positiva" que a categoria decida não entrar em greve. "O Metrô tem um plano de contingência e vamos tentar fazer o possível, na iminência de uma greve, de deixar o sistema operando. Mas ainda confiamos que o sindicato hoje, na sua assembleia, possa refletir bem sobre nossa proposta, sobre os transtornos que trará para toda a cidade de São Paulo, ainda mais próximo de um período de Copa."

    CATRACA LIVRE

    Como ocorreu nas últimas negociações salariais, o sindicato dos metroviários disse que aceitaria suspender a greve desde que o governo do Estado autorizasse a liberação das catracas das estações, para que nenhum passageiro pague a tarifa.

    Eles dizem que essa seria uma forma de pressionar o governo sem prejudicar a população.

    Pacheco descartou essa possibilidade, pois, segundo ele, haveria uma renúncia de arrecadação da ordem de R$ 5 milhões por dia. "O Metrô tem uma única fonte de receita, que é a venda de bilhetes. A perde de receita é um contrassenso pois, se estamos negociando melhores condições de salário para a classe trabalhadora do metrô, no momento em que você perde receita você se distancia disto."

    O piso da categoria é de R$ 1.323,55, com data-base em 1º de maio. No ano passado, o reajuste concedido foi de 8%, ante INPC de 7,2%.

    FALHA

    Na manhã desta quarta-feira, os passageiros enfrentaram problemas na linha 1-azul e na linha 3-vermelha. Os metroviários negam que a falha tem relação com o movimento da categoria.

    De acordo com o Metrô, foi preciso fazer uma manutenção preventiva na região da estação Tiradentes, na zona norte de São Paulo. Por esse motivo, os trens circularam por uma via única no trecho entre as estações Santana e Tiradentes.

    As plataformas ficaram cheias, segundo relatos de passageiros. Os trens circularam com velocidade reduzida e ficaram mais tempo parados nas plataformas -cerca de meia hora. O Metrô também fechou catracas em algumas estações para controlar e limitar o acesso de passageiros.

    Questionado, o Metrô não informou se a manutenção foi comunicada previamente aos passageiros nem se ela poderia ter sido feita em outro horário, como na madrugada, quando as composições não circulam.

    -

    RAIO-X DOS METROVIÁRIOS¹

    9.475 funcionários, sendo 2/3 responsáveis diretos pela operação:
    3.136 operadores
    1.206 oficiais de manutenção
    1.147 seguranças
    1.016 técnicos
    Piso: R$ 1.323,55
    Orçamento do sindicato: R$ 5,5 milhões/ano

    -

    HISTÓRICO DE GREVES NO METRÔ²
    23.mai.2012
    2 e 3.ago.2007
    14.jun.2007
    15.ago.2006
    17 e 18.jun.2003
    25 e 26.jun.2001
    2.jun.2000
    9.dez.1999
    24.nov.1999

    ¹Em dez.2013
    ²Paralisações que acarretaram na suspensão do rodízio de veículos
    Fonte: Metrô, Sindicato dos Metroviários, CET

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