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    Igreja diz que padre abençoou casal gay e decide afastá-lo

    DE SÃO PAULO

    11/06/2014 19h45

    Um padre de Goiânia foi suspenso temporariamente pela arquidiocese da capital goiana por "ferir disposições específicas" do catolicismo.

    O sacerdote César Luís Garcia, da paróquia São Leopoldo Mandic, é acusado de ter abençoado um casal gay, no dia 20 de maio. Ele nega.

    Segundo nota da arquidiocese, o religioso contrariou o que prevê a Igreja Católica, "que abençoa, tão somente, a união afetivo-sexual de casais formados por homem e mulher, sendo essa uma bênção nupcial".

    Apesar do afastamento, a arquidiocese define o padre como um "estimado membro da nossa comunidade" e diz que Garcia poderá "voltar ou não a exercer o ministério". A instituição abriu um processo jurídico para apurar o caso.

    No site da paróquia coordenada pelo religioso, ainda consta o nome de Garcia como responsável pela comunidade.

    À Folha, por telefone, Garcia negou que tenha dado a bênção nupcial. Disse que foi convidado a ir à casa do casal e na ocasião abençoou a residência e todos os presentes.

    "Eles [arquidiocese] alegam que eu fiz uma simulação de bênção, mas eles [o casal] me pediram para abençoar a casa e eu abençoei, assim como a todas as pessoas da sociedade que estavam presentes, com uma celebração da palavra, com uma acolhida", disse.

    O religioso criticou a decisão do arcebispo Washington Cruz de suspendê-lo e afirmou que apenas segue o que prega o papa, líder máximo da Igreja Católica. "O papa Francisco pede para irmos atrás das ovelhas e, baseado nessa orientação, eu fui ao encontro das ovelhas."

    Garcia foi ordenado padre em 1984, em Goiânia. Em relação ao processo jurídico aberto, o sacerdote informou que fará ele mesmo sua defesa.

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