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    Guardado há 3 anos, lodo do rio Pinheiros será levado a aterro

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    13/06/2014 02h00

    O governo de São Paulo vai, finalmente, remover de um terreno às margens do rio Pinheiros o lodo gerado por um projeto de despoluição fluvial abandonado há três anos.

    O material foi gerado pela malsucedida flotação do rio -técnica que consiste em primeiro formar flocos de poluição para depois retirá-los- a qual consumiu R$ 160 milhões do Estado e foi deixada de lado em 2011.

    Desde então, o lodo está armazenado em uma área próxima à usina de Pedreira e à represa Billings, na zona sul da capital paulista.

    Adriano Vizoni - 30.mai.12/Folhapress
    Equipamento de flotação da Usina Elevatória de Pedreira, às margens do Rio Pinheiros, em São Paulo
    Equipamento de flotação da Usina Elevatória de Pedreira, às margens do Rio Pinheiros, em São Paulo

    O governo agora vai desembolsar mais R$ 11,8 milhões para transportar o material até um aterro sanitário em Caieiras (Grande São Paulo).

    Assim, atenderá a uma ordem judicial de 2012, que exigia que o lodo fosse levado a um local preparado para receber esse tipo de dejeto.

    Da forma como está armazenado hoje, ele pode contaminar o ambiente, oferecendo riscos à saúde pública. Além disso, está perto de áreas residenciais, e seu mau cheiro, semelhante ao de ovo podre, pode se espalhar pelo ar.

    "Vamos retirar 35 mil toneladas de lodo com segurança, por meio de carretas, até o aterro", diz Aldérico Marchi, da empresa Enfil, que ganhou licitação para fazer o serviço.

    Antes do transporte, o material passará por tratamento, que reduzirá seu potencial de contaminação. Só então, ele será levado ao aterro, a quase 60 km de distância.

    Os procedimentos de remoção devem começar nos próximos dois meses.

    ABANDONO

    O governo paulista anunciou em 2001 que usaria a tecnologia da flotação para despoluir o rio Pinheiros. À época, especialistas criticaram a medida, afirmando que ela seria ineficiente.

    Dez anos depois, o governo abandonou o método, por avaliar que ele não era capaz de barrar a presença de esgoto na água e que gerava grande volume de lodo.

    O resíduo virou alvo de uma ação do Ministério Público, que exigia a limpeza de leito e margens do rio.

    Até hoje, nenhuma outra técnica foi adotada para limpar as águas do Pinheiros.

    Segundo especialistas, uma despoluição viabilizaria mais projetos de navegação e tornaria a convivência com o rio mais agradável.

    Pedestres e ciclistas que passam pelas margens do Pinheiros sempre reclamam do forte odor do rio, principalmente em dias de calor.

    A limpeza do rio também poderia restabelecer a qualidade de suas águas para abastecimento público.

    Elas poderiam ser bombeadas com mais frequência para a represa Billings e serem mais usadas para fornecer água à região metropolitana.

    Atualmente, por causa da forte poluição, as águas do rio são revertidas para abastecimento apenas durante alguns dias do ano. O Pinheiros, normalmente, despeja suas águas sujas no rio Tietê.

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