Durante as três décadas em que trabalhou como segurança no Atlético Mineiro, João Batista da Paixão correu atrás de muito torcedor.
Não que eles estivessem tentando invadir algum treino ou agarrar um jogador. Se João precisava deixar seu posto, era porque alguém havia lhe chamado de "doce de leite", apelido que detestava, mas que também garantia boas risadas de todos ao vê-lo atrás do engraçadinho.
No clube, também era conhecido por João Lobão. Faixa preta de judô e jiu-jítsu, 1,94 m de altura e 110 kg, costumava assustar apenas quem não o conhecia. Para jogadores, membros da comissão técnica e torcedores, era um dos funcionários mais queridos do Galo.
Cuidou da proteção dos atletas nos treinamentos e nas viagens pelo país e exterior. Fez amizades com vários craques do clube, como Toninho Cerezo, Dadá Maravilha e Gilberto Silva.
Há cerca de 40 anos, durante uma missa na igreja de Santo Antônio, apaixonou-se à primeira vista por Maria Geralda. Juntos, tiveram duas filhas, Daniela e Luciana.
Cercado por mulheres, dentro de casa não comentava nada sobre a vida dos jogadores. As histórias curiosas ficavam para irmãos, cunhados e sobrinhos.
Nas horas de folga, curtia samba e a extinta banda brasileira de rock Os Incríveis.
Morreu na sexta-feira (2), aos 65 anos, de câncer de próstata. Além da viúva e das filhas, deixa o neto, Gabriel.
A missa do sétimo dia será às 19h deste sábado (14), na igreja Matriz de Esmeraldas, cidade mineira onde nasceu.