Responsável pelo protesto que resultou em novas cenas de vandalismo em São Paulo na semana passada, o MPL (Movimento Passe Livre) divulgou nota para rebater acusação da polícia, que os responsabiliza pela violência.
Na nota, o MPL afirma que o vandalismo não era o objetivo da manifestação. Mas defende o uso de máscaras e disse que "historicamente os quebra-quebras fizeram parte das lutas populares".
A PM diz ter acompanhado o protesto de longe após ter feito um acordo com o movimento, que garantiria que o ato seria pacífico.
O MPL nega tal acordo e diz que apenas manifestou à Secretaria da Segurança sua preocupação com a presença ostensiva da polícia, "tendo em vista as provocações e confrontos que ela sempre desencadeia".
Desde o ano passado os integrantes do MPL têm uma relação ambígua com adeptos da tática "black bloc", que pregam a destruição do patrimônio público e privado como forma de protesto.
O discurso corrente é o de que não cabe ao movimento "legitimar ou deslegitimar" o vandalismo em protestos. Parte do MPL acha que os protestos não chamariam a atenção da mídia sem quebra-quebra, embora evitem afirmar isso publicamente.
Na semana passada, manifestantes entoaram o canto "black bloc é meu amigo/mexeu com ele mexeu comigo".
Em outros momentos, os dois grupos trocam ofensas, principalmente quando os "black blocs" cobram adesão a atos violentos.