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    Sem-teto interditam via em frente à Câmara Municipal de SP

    DE SÃO PAULO

    25/06/2014 08h53

    O grupo de trabalhadores sem-teto que passou a madrugada desta quarta-feira (25) acampado em frente à Câmara Municipal de São Paulo para pressionar os vereadores a aprovarem o Plano Diretor, ocupa também, desde às 7h30, o viaduto Jacareí, onde fica a Câmara.

    A CET pede que os motoristas evitem a região, pois há início de congestionamento.

    Os sem-teto, que ocupam o local desde a tarde de terça-feira (24), dizem que só vão embora após os vereadores votarem pela aprovação. O plano, que depende de segunda votação, é um conjunto de regras do crescimento da cidade por 16 anos.

    Líderes do MTST estimam que 300 pessoas estão acampadas em frente a Câmara. Elas vieram das ocupações Copa do Povo, Portal do Povo, Faixa de Gaza, Capadócia, Dona Deda e Vila Nova Palestina.

    Um grupo de cerca de 20 pessoas que acompanhava a sessão de terça-feira (24) dormiu dentro do plenário da Casa e permanece lá dentro. Como não puderam entrar com colchonetes, eles dormiram encolhidos no chão forrado com lençóis entre as cadeiras do plenário.

    RESISTÊNCIA

    Os sem-teto disseram que vão ficar acampados em frente a Câmara pelo menos até sexta (27) -devido à promessa do PT de tentar votar o plano até essa data. Mas eles já admitem que se for necessário ficarão mais tempo no local.

    O grupo passou a pressionar a Casa pela aprovação do Plano Diretor depois de um protesto diante da prefeitura em abril, quando o prefeito Fernando Haddad subiu em um carro do som e prometeu uma área se os vereadores aprovassem esse projeto.

    Nesta terça (24), os sem-teto reuniram 1.500 manifestantes em frente à Câmara. Bloquearam até a saída do estacionamento de vereadores.

    A vigilante desempregada Beatriz Lucia de Matos, da ocupação Copa do Povo, na zona leste de São Paulo, disse que veio preparada para a "luta" e ficará o tempo que for necessário para pressionar a votação dos vereadores. Ela trouxe mala com roupas, colchonete e cobertor para passar a noite no local.

    "Nós vamos ficar o tempo que for necessário para a aprovação do Plano Diretor e da lei de zoneamento, porque dependemos desta alteração do zoneamento de terra para tocar o projeto de moradia", disse Beatriz.

    O marceneiro Edson Gabriel Silva, 37, da ocupação Nova Palestina, zona sul de São Paulo, que está afastado do trabalho por problemas de saúde, divide uma barraca improvisada com outros amigos.

    Silva disse que prefere que o Plano Diretor seja aprovado o quanto antes pelos vereadores, mas fica o tempo que for necessário acampado no local.

    "Trouxe mochila com roupas, sabonete, toalha e escova de dente. Só falta um lugar para tomar banho, mas por enquanto. Logo vamos improvisar um lugar para tomar banho", disse animado.

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