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    Skinheads vão a júri popular por tentar matar quatro pessoas em São Paulo

    DE SÃO PAULO

    30/06/2014 15h48

    Quatro homens apontados como skinheads vão a júri popular em julgamento que começa amanhã (1) no fórum da Barra Funda.

    Eles são acusados de tentar matar quatro pessoas durante um ato antifascista realizado pelo movimento anarcopunk na praça da Sé, no centro de São Paulo, em 2011.

    A primeira vítima, negro e deficiente físico, acusa o grupo de tê-lo agredido com porretes e de ter tentado arrancar sua perna mecânica. O segundo agredido, diz ter tentado se esquivar de uma facada no pescoço, e acabou sendo ferido na testa. O terceiro homem também foi atingido por uma faca e ficou ferido no braço e o quarto homem levou uma facada no abdome.

    As quatro vítimas sofreram agressões durante o percurso do grupo, que caminhou da praça da Sé até o terminal Parque Dom Pedro. O Ministério Público não soube informar as circunstâncias em que ocorreram as agressões, mas afirma que pelo menos dois dos agredidos estavam no entorno da praça da Sé para participar do ato antifascista.

    Segundo o Ministério Público, o grupo foi identificado como skinhead pelos objetos que portavam, com símbolos nazistas, pelos perfis de redes sociais, em que ostentavam a ligação com grupo skinhead, e também por depoimento de dois deles, que confirmam fazer parte do grupo.

    Os quatro jovens serão julgados por tentativa de homicídio triplamente qualificado, formação de quadrilha e corrupção de menores, e podem ser condenados, cada um, de 48 a 120 anos de prisão.

    A estimativa não leva em conta o recurso que pode dar direito à redução de um a dois terços da pena dos acusados.

    Um quinto elemento do grupo, menor de idade, foi encaminhado à Fundação Casa, onde permaneceu por um ano logo após o ocorrido, e foi solto em 2012.

    O júri será composto por sete pessoas que decidirão, com base no depoimento das quatro vítimas, 24 testemunhas –de defesa e acusação–, e nas imagens que captaram o momento das agressões e no flagrante feito à época, em que policiais militares apreenderam com os skinheads canivetes, facas, soco inglês e espingarda de chumbinho, o futuro dos réus.

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