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    Cantor Nando Reis vai à Justiça contra corte de árvores no Itaim Bibi

    HELOISA BRENHA
    DE SÃO PAULO

    04/07/2014 03h01

    O cantor Nando Reis, 51, foi à Justiça para tentar impedir a derrubada de 38 árvores de um terreno vizinho a sua casa, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo.

    A área de aproximadamente 1.100 m², na rua Jesuíno Arruda, pertence à construtora Davilar e dará lugar a uma torre comercial.

    "No dia em que minha petição chegou às mãos do juiz, a empresa veio e cortou as árvores", afirma Reis, que mora há 30 anos no bairro.

    O advogado da construtora, Leônidas Scholz, diz que a Davilar tinha todas as autorizações para fazer o corte.

    Com a ajuda da filha, a atriz Sophia Reis, 26, o cantor fez um vídeo durante a derrubada das plantas criticando a ação da construtora e o Plano Diretor vigente.

    "Esse barulho de motosserra (...) é a incorporadora do [arquiteto] Sergio Davila derrubando árvores no Itaim [Bibi], que já não tem mais nada. Esse é o futuro de São Paulo, é o Plano Diretor", diz o cantor, pouco antes de uma palmeira cair com estrondo.

    Veja vídeo

    Assista ao vídeo em tablets e celulares

    O vídeo, publicado por Sophia no Facebook há pouco mais de um mês, recebeu milhares de compartilhamentos após a aprovação do novo Plano Diretor, no último dia 30.

    "As pessoas se sensibilizaram com o corte das árvores, pois é um descaso com o patrimônio, com as coisas que levam tempo para acontecer", afirma a atriz.

    Nando Reis diz apoiar o futuro conjunto de normas para o crescimento da cidade, que deve ser sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) nas próximas semanas.

    Diz, porém, que espera a formulação de critérios mais coerentes para a compensação ambiental."Não se pode compensar uma árvore de 60 anos com uma muda de amoreira na marginal", afirma.

    Tanto a lei atual como o novo Plano Diretor condicionam essa compensação a um Termo de Compromisso Ambiental, firmado entre prefeitura e dono do terreno.

    Pelo acordo, o proprietário pode cortar árvores mediante o plantio de novas mudas (na própria área ou pelo município) ou a doação de seu valor ao Fema (fundo de meio ambiente da prefeitura).

    A defesa da construtora afirma que foram cortadas espécies exóticas, nativas e de fora, como eucaliptos.

    Segundo ela, a compensação da obra no Itaim Bibi incluirá: manutenção de 25 árvores originais, instalação de calçada verde, plantio de 38 mudas e conversão de outras 107 em depósito no Fema.

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