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    Luciano Deviá (1943-2014) - Italiano apaixonado pelo Brasil

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    15/07/2014 00h01

    Quando chegou ao Brasil, em 1978, o italiano Luciano Deviá já era um arquiteto reconhecido em sua área. Aqui, no entanto, seu trabalho ganhou novos contornos.

    Projetos de design de produto passaram a integrar seu portfólio, com elementos brasileiros como inspiração. Chapéus de cangaceiros tornaram-se espremedores de frutas, jacarés do Pantanal viraram espátulas e paliteiros formavam cocares indígenas.

    Sem abandonar suas raízes, percorreu ainda o design gráfico e o de interiores, criando para diversas empresas, como Papaiz e Philips.

    Pelo Sebrae e pelo Senai, deu cursos e oficinas sobre artesanato e a área moveleira no Acre, no Amapá e no Amazonas. Era, aliás, um apaixonado pelo Norte brasileiro, de onde voltava cheio de ideias -como as sementes que embutia em móveis.

    Sua criatividade foi reconhecida em exposições individuais e premiações.

    Paralelamente aos trabalhos no escritório, deu aulas no IED (Istituto Europeo di Design) e foi conselheiro do Museu da Casa Brasileira.

    Em casa, só conversava com as filhas em italiano, mas gostava de ouvir MPB. Tocava piano, paixão que adquiriu do pai ainda jovem, quando morava em Turim.

    Era conhecido por ser um tanto desorganizado e esquecido e pelo espírito jovem.

    Apesar de já ter jogado futebol, agora acompanhava pouco o esporte. Ainda assim, torcia para o Corinthians, "o time do povo", dizia ele.

    Morreu na quinta (10), aos 70 anos, de infarto. Deixa as três filhas, Valentina, Veronica e Victoria, e dois netos.

    coluna.obituario@uol.com.br

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