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    Bosque com paisagem que ganhou prêmio de fotografia vira condomínio

    LEANDRO MACHADO
    DE SÃO PAULO

    17/07/2014 02h00

    Um bosque de cerca de 30 árvores do tipo fícus em Presidente Prudente (a 565 quilômetros de São Paulo) começou a ser removido para dar lugar a um condomínio residencial fechado.

    Uma imagem do corredor de árvores, famoso na cidade, ganhou um concurso mensal de fotografia promovido pelo site da revista "National Geographic Brasil" em abril deste ano.

    O bosque, que ficava em um terreno particular, servia como cenário para ensaios de fotografia de casamentos, de famílias e de crianças da região de Presidente Prudente.

    "Ele era muito bonito, muita gente visitava. E agora todo mundo está indignado com o corte", diz a oficial de justiça Rosemeire Carreño, 50, moradora da cidade. Em 2013, ela ganhou um concurso de fotografia local com uma imagem do bosque.

    Vinicio Carvalho
    Fotografia de bosque em Presidente Prudente que venceu concurso do site da "National Geografic Brasil"
    Fotografia de bosque em Presidente Prudente que venceu concurso do site da "National Geografic Brasil"

    Na manhã de domingo (13), ao menos 11 fícus foram removidos, segundo o Ministério Público. "Para a construtora, [o bosque] não tinha valor estético nenhum", afirma André Luis Felício, promotor do Meio Ambiente.

    Ao saber da remoção no domingo, ele foi até o terreno para tentar impedir a ação, sem sucesso.

    O promotor disse que pedirá uma mudança na lei da cidade para que o Ministério Público seja sempre consultado sobre o corte de árvores.

    NÃO NATIVAS

    Segundo a Cetesb (agência ambiental paulista), o corte dos fícus não precisou de autorização porque as árvores não eram nativas e não estavam em uma área de preservação ambiental.

    O secretário municipal da Comunicação de Presidente Prudente, Marcos Tadeu Cavalcanti, disse que a prefeitura "não podia impedir o corte porque a área é particular".

    No mesmo terreno, a Cetesb liberou a remoção de outras 20 árvores nativas desde que a empreendedora replante 2.500 como forma de compensação ambiental.

    O Residencial Monte Azul diz que cumprirá a medida.

    Também informa que engenheiros aconselharam a empresa a retirar o bosque de fícus porque as árvores poderiam causar danos estruturais às casas que serão construídas.

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