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    Sem-teto fizeram protestos 30 dias desde o início do ano em São Paulo

    HELOISA BRENHA
    REYNALDO TUROLO JR.
    DE SÃO PAULO

    17/07/2014 02h00

    Se ocorressem em dias consecutivos, as manifestações do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) em São Paulo já teriam durado um mês inteiro só neste ano.

    Em seis meses e meio, a cidade teve ao menos 30 dias com atos do grupo, sem considerar que um deles durou uma semana –quando centenas de sem-teto acamparam em frente à Câmara pela aprovação do Plano Diretor.

    Em quase todos houve bloqueios totais ou parciais de vias –nesta quarta (16), ocuparam a av. Giovanni Gronchi, no Morumbi, por exemplo.

    E, além de serem recebidos pela presidente Dilma Rousseff (PT), pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo prefeito Fernando Haddad (PT), conseguiram a aprovação do Plano Diretor na Câmara –que prevê mais áreas para habitação popular.

    Alguns dias tiveram inclusive mais de uma manifestação –como ontem, quando o grupo protestou, de manhã, contra a má qualidade da telefonia móvel e, de tarde, contra a reintegração de posse de área invadida na zona oeste.

    Neste ano, o grupo também integrou manifestações em apoio ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e às greves dos metroviários e de funcionários da USP.

    O coordenador do MTST Guilherme Boulos nega que a diversificação de pautas mude o foco. "Sempre defendemos reforma urbana, serviços de qualidade e ampliação de direitos sociais."

    Sociólogos ouvidos pela Folha avaliam que o movimento concentrou bandeiras das manifestações de junho de 2013 e que concorre para ser um tipo de MST urbano.

    "O MTST caminha para uma estrutura organizativa forte como a dos sem-terra, englobando demandas gerais da sociedade, como o acesso aos serviços", diz o professor da Unesp Antonio Mazzeo.

    Lucio Flavio de Almeida, docente da PUC-SP, também vê semelhanças entre os movimentos. "Como no Brasil os serviços funcionam de modo precário, é compreensível que os trabalhadores ampliem seu leque de lutas. Sem celular, até a mobilização fica difícil."

    Colaborou PEDRO IVO TOMÉ

    Editoria de Arte/Folhapress

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