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    76% dos paulistanos são contra pedágio urbano, diz pesquisa

    DE SÃO PAULO

    21/07/2014 02h00

    A nova pesquisa Datafolha perguntou à população sobre outros possíveis cenários de restrições a veículos em São Paulo, além do modelo atual e do rodízio ampliado.

    A pesquisa aponta que 76% dos paulistanos são contra a cobrança de pedágio para circular no centro expandido. Entre os usuários de carro, o índice sobe a 80%.

    Para 57%, a cobrança não conseguiria melhorar o trânsito. Outros 22% afirmam que a situação talvez melhorasse, e 17% afirmaram que com certeza melhoraria.

    Parte dos especialistas defende o pedágio urbano como a melhor alternativa ao rodízio. A medida é adotada em algumas cidades pelo mundo, como Londres.

    O rodízio em dois dias da semana -em vez de um, como atualmente- rende outro empate técnico: é aprovado por 45% da população e reprovado por 48%. Nesse modelo, cada dia teria quatro finais de placa
    proibidos.

    A divisão de opiniões é semelhante, inclusive, entre os que andam de ônibus -49% são a favor e 44%, contra. Entre os usuários de carro, porém, só 32% são favoráveis ante 65% contrários ao rodízio duas vezes por semana.

    Editoria de Arte/Folhapress

    OUTROS PAÍSES

    O fator ambiental, e não a fluidez do trânsito, motivou a adoção da maioria dos rodízios no mundo. Em Paris, por exemplo, isso só ocorre emergencialmente.

    Em 17 e 18 de março, a capital francesa adotou o rodízio após partículas de poluição deixarem o ar tão carregado que até a visão da Torre Eiffel ficou prejudicada.

    Foi a primeira vez que a restrição a carros e motos foi imposta depois de uma única experiência, em 1997.

    Nesses dias, limitou-se a circulação de veículos conforme a placa (par ou ímpar) e isentou-se a cobrança no transporte público -o que custou € 4,2 milhões (R$ 12,6 milhões) à prefeitura.

    A multa por desobedecer o rodízio foi de € 22 (R$ 66), sem perda de pontos na carteira.

    Ao deixar o carro em casa, o parisiense tem uma rede de transporte público invejável.

    Com 205 km de linhas de metrô, nenhum ponto da cidade está a mais de 500 metros de uma das 303 estações.

    A isso se somam 4.490 ônibus e 76 km de linhas de trens metropolitanos que servem as 22 cidades que também adotaram o rodízio.

    Segundo estudo da AirParif, uma agência que mede a qualidade do ar, a restrição aos veículos diminuiu em 6% a quantidade de partículas de poluição na capital francesa.

    Na América Latina, o rodízio também tem caráter ambiental em cidades como Santiago do Chile e Cidade do México, pioneiras na adoção da medida, em 1986 e 1989, respectivamente.

    No entanto, as regras iniciais foram alteradas, e hoje há veículos que não podem rodar duas vezes por semana- das 7h30 às 21h no Chile e das 5h às 22h no México.

    Em Bogotá, na Colômbia, a medida conhecida como "pico e placa" começou em 1998, no período entre 7h e 9h e entre 17h30 e 19h30.

    Mas o rodízio foi ampliado, chegando a vigorar o dia todo. Hoje, restringem-se cinco placas diariamente -pares em dias pares e ímpares em dias ímpares- das 6h às 8h30 e das 15h às 19h30. (AM)

    Colaborou GRACILIANO ROCHA, de Paris

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