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    Folha de Zona Azul já custa R$ 5 em mercado informal de flanelinhas

    CÉSAR ROSATI
    ANDRÉ MONTEIRO
    DE SÃO PAULO

    23/07/2014 02h11

    O aumento oficial será em agosto, mas o cartão de estacionamento da Zona Azul já custa R$ 5, ou mais, em diversos pontos de São Paulo.

    É vendido por flanelinhas mesmo à vista de agentes da CET e da Guarda Civil. Nesta terça (22), a Folha presenciou a ação em vários locais.

    Veja os postos oficiais de venda do cartão Zona Azul

    "Vai para onde? Para o Museu [do Futebol] ou para a feira?", questionou um flanelinha na praça Charles Miller, no Pacaembu (zona oeste). Segundo ele, o preço varia dependendo do destino.

    Ali, o preço geralmente é de R$ 5 pela folha, que na praça é válida por até três horas.

    No Mercado Municipal, centro, o motorista logo é abordado. "Custa R$ 5, senhor", disse um deles à reportagem.

    Zanone Fraissat/Folhapress
    Flanelinha oferece folha da Zona Azul por R$ 5 a motorista na praça Charles Miller, no Pacaembu, zona oeste de SP
    Flanelinha oferece folha da Zona Azul por R$ 5 a motorista na praça Charles Miller, no Pacaembu, em SP

    Questionado se o preço não era abusivo, respondeu: "Quer pagar R$ 3? Pega a fila então", apontando a sequência de carros na entrada do estacionamento oficial.

    Pontos credenciados também não respeitam a tabela. Numa banca de jornais na rua Xavier de Toledo com a 7 de Abril, o bilhete custa R$ 3,50. "Tem de vender por este preço ou não ganhamos nada", justificou a vendedora.

    Estudo da consultoria EY no fim de 2013 apontou preço "informal" da Zona Azul de R$ 4 a R$ 10. O valor médio mais alto foi o de Pinheiros.

    No dia 1º, os tíquetes, que em geral permitem parar uma hora em vias públicas, vão de R$ 3 para R$ 5. A gestão Fernando Haddad (PT) diz que o último reajuste foi em 2009 e que o preço estava defasado.

    Apesar da justificativa oficial, o aumento ocorre em meio a uma série de medidas que desestimulam o uso do carro. O número de vagas cobradas, por exemplo, cresceu 9% e hoje é de 38,9 mil.

    A CET diz que fiscaliza constantemente o preço oficial. Ao receber denúncia contra postos oficiais, envia equipe para verificar e "aplicar sanções cabíveis", que vão de advertência a descredenciamento.

    A empresa diz ainda que adotou itens de segurança na nova folha de Zona Azul, para "coibir o comércio a preço abusivo por flanelinhas, dificultando a falsificação".

    O modelo terá um QR Code, código que pode ser lido por celulares ou tablets. Dessa forma, o usuário poderá consultar sua autenticidade.

    Outra novidade é que o cartão terá uma fita adesiva, para ser afixado no vidro do veículo, por dentro. O dispositivo facilita a visualização e evita que ele caia do painel.

    Quem estaciona sem o bilhete pode ser multado em R$ 53, levar três pontos na CNH e ter o veículo guinchado.

    Para evitar a ação dos flanelinhas, a prefeitura aposta num sistema de parquímetros para substituir o papel, elevando o total de vagas para 60 mil. A licitação estava prevista para fevereiro, mas não foi lançada –e não há prazo.

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