Manifestantes ligados ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) fazem um protesto nesta quarta-feira (23) em frente à sede da Secretaria Municipal de Habitação, no centro de São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 2.500 pessoas se reúnem no local desde as 15h30.
Os ativistas são contra a reintegração de posse de uma área conhecida como Portal do Povo, no Morumbi, na zona oeste da capital paulista. "Viemos hoje aqui porque nossa paciência com esta secretaria está acabando", disse o coordenador do movimento Guilherme Boulos.
Uma comissão formada por 12 representantes do MTST, incluindo Boulos, foi recebida por membros da pasta e está dentro da secretaria, no edifício Martinelli, desde as 16h10. Mais cedo, o coordenador do MTST havia dito que esperava que o secretário estivesse aguardado o grupo "com água e cafezinho".
Eles pretendiam discutir tanto a reintegração da área no Morumbi e como o processo de regularização de outras ocupações na cidade, como Estaiadinha, Dona Déda e Capadócia.
Os portões do prédio foram fechados, e a Polícia Militar fez um cordão de isolamento no edifício. Funcionários entram e saem por uma porta lateral.
Diante do Martinelli, um carro de som incentiva os manifestantes a gritarem palavras de ordem e a fazerem um buzinaço, com vuvuzelas. Após quase três horas de protesto, alguns manifestantes começavam a ficar impacientes. "Quero ir embora logo", disse uma ativista, perto do carro de som.
A manifestação começou nesta tarde, em frente ao Masp, na avenida Paulista. De lá, o grupo seguiu em marcha pela rua da Consolação até a região central. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o trânsito próximo a região do viaduto do Chá ficou prejudicado. Até as 18h30, manifestantes interditavam a rua Líbero Badaró, na altura do número 500.
| Joel Silva/Folhapress | ||
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| Manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) no vão livre do Masp |
"Aqui tem um bando de louco, louco por moradia. Aqueles que acham que é pouco, não conhecem as noites frias", gritam os manifestantes fazendo uma paródia de um dos gritos da torcida do Corinthians.
Nos 60 mil metros quadrados do Portal do Povo, área invadida no Morumbi, 4.000 famílias estão instaladas há quase um mês para reivindicar casa própria, segundo divulga a coordenação do MTST.
No último sábado, a Folha revelou que os sem-teto inflaram a invasão na zona oeste da capital com barracas vazias.
Por dois dias seguidos a reportagem esteve no local, em horários diversos, e verificou que a maioria das barracas só serve para demarcar território - e tentar vaga futura no cadastro da casa própria.
O comando do movimento alegou, após ser questionado, que as 4.000 famílias "ocupam" a área, mas que há um revezamento durante a noite.