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    Após ato, Prefeitura de SP anuncia área para sem-teto

    ANDRÉ MONTEIRO
    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    23/07/2014 20h51

    Após bloquear a av. Paulista e marchar pelo centro de São Paulo, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) obteve nesta quarta (23) o compromisso da gestão Fernando Haddad (PT) de que um terreno privado na zona sul será desapropriado para a construção de moradias.

    Pelo acordo, outros terrenos também serão avaliados e poderão virar habitação popular.

    O ato começou às 14h no vão do Masp, seguiu até o prédio da Secretaria Municipal de Habitação, no centro, e só acabou por volta das 19h, depois que militantes foram recebidos pela pasta.

    Segundo o movimento, o protesto serviu para cobrar respostas sobre os processos de algumas invasões. O MTST diz que cerca de 7.000 pessoas participaram. A PM diz estimou o número em 2.500.

    Joel Silva/Folhapress
    Manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) no vão livre do Masp
    Manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) iniciam ato no vão livre do Masp

    Após a reunião, a prefeitura anunciou que um terreno privado na estrada do Campo Limpo (zona sul) será desapropriado para dar lugar a moradias populares.

    Guilherme Boulos, coordenador do MTST, diz que há espaço para a construção de 800 unidades no local. Elas devem ser destinadas a pessoas acampadas nas ocupações Dona Déda e Capadócia.

    A prefeitura, no entanto, informou que não dará prioridade a invasões e que "a demanda existente do cadastro do município será respeitada rigorosamente".

    A reunião também tratou do Portal do Povo, no Morumbi (zona oeste), invasão cujo proprietário da área pediu a reintegração de posse.

    Segundo a prefeitura, o movimento apresentou seis terrenos próximos que serão avaliados "para saber se existe a viabilidade de construir habitação social".

    Boulos diz que isso será feito já na próxima semana e que a ideia é que "terrenos particulares sejam desapropriados e, no caso das áreas públicas, destinadas ao programa Minha Casa Minha Vida Entidades".

    Essa modalidade prevê que determinada associação gerencie a construção de conjuntos habitacionais.

    Ele disse também que metade das unidades que serão erguidas no Campo Limpo também poderão abrigar parte das famílias que estão acampadas no Morumbi.

    MORUMBI

    O MTST afirma que 4.000 famílias fazem parte do Portal do Povo, mas, no último sábado, a Folha revelou que os sem-teto inflaram a invasão com barracas vazias.

    Por dois dias seguidos a reportagem esteve no local, em horários diversos, e verificou que a maioria das barracas só serve para demarcar território -e tentar vaga futura no cadastro da casa própria.

    A coordenação do movimento afirmou, após ser questionada, que as 4.000 famílias "ocupam" a área, mas que fazem um revezamento.

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