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    Agência investiga se Sabesp faz racionamento de água à noite

    FELIPE AMORIM
    DO "AGORA"

    25/07/2014 02h00

    As queixas de que a Sabesp tem cortado o fornecimento de água à noite, como uma espécie de rodízio camuflado no abastecimento, serão investigadas pela Arsesp (agência estadual de saneamento básico), órgão do governo que fiscaliza o serviço de água no Estado.

    A decisão, em meio à crise hídrica do sistema Cantareira, foi tomada a partir de queixas de falta de água recebidas e da fiscalização da Arsesp. A investigação partiu de reclamação de uma moradora de Itaquaquecetuba (Grande SP), mas a Arsesp vai apurar falhas na capital e na Grande São Paulo.

    "Estamos começando a investigar essa questão, porque a Sabesp diz que não há racionamento, mas o que a gente ouve falar é que nas casas não está chegando água à noite", diz o superintendente de Fiscalização de Saneamento Básico da Arsesp, Armando Yamada. "[O objetivo] É ver se realmente está havendo falta de água e se está tendo racionamento", diz Yamada.

    A Arsesp quer descobrir se a Sabesp está reduzindo a pressão da água à noite a níveis abaixo do permitido pelas normas técnicas do setor. Na prática, isso pode deixar as casas sem água, principalmente em locais mais altos.

    A investigação da Arsesp em Itaquaquecetuba constatou que, em 9 de 12 dias deste mês a pressão foi a zero durante a noite e a madrugada, ou seja, o imóvel ficou sem receber água.

    Em outras duas noites, a pressão foi menos da metade do mínimo exigido. O mínimo é 10 MCA (metro por coluna de água), o suficiente para abastecer uma caixa d'água a 10 m de altura, ou uma casa de dois andares.

    "Está muito sistemático. Se o funcionamento estiver regular, [a pressão] não deve cair assim", afirma o assessor de Regulação Técnica e Fiscalização da Arsesp Luiz Hirata.

    Yamada diz que, caso a Sabesp quisesse adotar a redução da pressão como forma de reduzir o consumo, teria que pedir autorização à Arsesp. As penalidades por falhas no abastecimento vão de advertência a multa de 2% do faturamento da Sabesp na cidade onde ocorreu o problema.

    OUTRO LADO

    A Sabesp informou que a redução da pressão na rede de abastecimento à noite pode acontecer em áreas da Grande São Paulo como uma forma de evitar vazamentos, e fazem parte de uma política permanente da empresa.

    A medida, segundo a Sabesp, não é uma forma de racionamento e não tem relação com a atual seca nos reservatórios que abastecem a região metropolitana.

    A Sabesp diz que a redução da pressão não provoca falta de água, pois o mínimo recomendado é seguido. Segundo a Sabesp, casos de falta de água são momentâneos e provocados por manobras para transferir água de outros sistemas para regiões antes abastecidas pelo Cantareira.

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