A Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação) demitiu o tesoureiro-geral do PP, Fernando Martins Pizo, após ser questionada pela Folha sobre a atuação dele na sede do partido durante o horário de expediente. Ele ocupava o cargo de assessor especial da diretoria.
A companhia afirmou em nota que Pizo foi exonerado porque "nas apurações iniciais ficou claro que ele se ausentou do expediente, sem qualquer justificativa".
A reportagem procurou Pizo durante toda a sexta-feira (25), na Cohab e no partido, mas ele não foi encontrado. Até a conclusão desta edição, ele não retornou os recados.
O comunicado da Cohab afirma que foi aberta apuração sobre a conduta dos outros citados na reportagem. "Confirmadas as denúncias, os servidores também serão punidos", afirma a nota.
A Cohab diz que vai reafirmar para os funcionários a necessidade de eles seguirem um manual interno de comportamento durante o período eleitoral.
Marco Polo Calandriello, secretário da ala jovem do PP e gerente de patrimônio da Cohab, negou que cuide de tarefas partidárias durante o expediente. "Nego essas informações, porque sou um cara que acorda cedo e sai tarde, trabalhando. Até passo do meu horário", disse.
Questionado sobre o motivo de ter sido flagrado em diferentes períodos no partido, afirmou: "A gente tem horário de almoço, e nesse horário podemos fazer o que quisermos. E ele [horário de almoço] é móvel." Ele foi visto pela reportagem em dois dias, de manhã e à tarde, em horários de expediente.
Igor Willenshofer, superintende administrativo da Cohab, também negou que atue no PP em horário de trabalho. "Não procede. [Vou ao partido] antes ou depois do expediente na Cohab. Eventualmente em horário de almoço", disse. Ele foi visto no PP de manhã e à tarde.
Os assistentes Bruno Pires do Anjos e Carlos Eduardo Ribeiro não retornaram os recados deixados na Cohab até a conclusão desta edição. O funcionário Ivaldo Silva afirmou que não iria se manifestar.
A assessoria de imprensa do PP disse que não localizou o secretário-geral da sigla no Estado, Jesse Ribeiro.
A Folha também ligou para o celular de Ribeiro e deixou recado. Ele não retornou até a conclusão desta edição.