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    PM faz reintegração de posse em área invadida pelo MTST no Morumbi

    DE SÃO PAULO

    28/07/2014 07h24

    A Polícia Militar realiza, na manhã desta segunda-feira (28), uma reintegração de posse no terreno onde fica a ocupação Portal do Povo, na região do Morumbi (zona oeste) de São Paulo. De acordo com a PM, o local foi ocupado por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), no final do mês passado.

    O terreno fica na rua Luis Migliano, próximo ao número 1.800. A via foi fechada pela polícia para a retirada das pessoas que estão acampadas no local. Segundo o MTST, vivem na ocupação cerca de 4.000 famílias.

    O terreno pertence à construtora Even, que pediu a reintegração logo após a invasão do espaço.

    No último dia 16 deste mês, os sem-teto invadiram a sede da empresa na região do bairro do Jardins contra o pedido de retomada do terreno invadido.

    Os manifestantes ficaram dois dias acampados na entrada do prédio e conseguiram um prazo de 15 dias para a retirada das famílias.

    A retomada do terreno, no entanto, acontece dois dias antes do vencimento do prazo garantido aos sem-teto pelo comando da Polícia Militar.

    Por meio de nota, o movimento disse que foi surpreendido com a ação.

    "Negociado para ocorrer quarta-feira (30), fomos surpreendidos com despejo das famílias da Ocupação Portal do Povo. A Polícia Militar do Estado de São Paulo, sem nenhum aviso prévio, resolveu fazer o despejo. Essa é uma prova da eficiência da justiça e da polícia quando se trata de pobre e sem-teto. Para defender os interesses das construtoras ela não tarda, ela antecipa", informou a nota.

    A saída das pessoas acontece de maneira pacífica nesta segunda-feira.

    Segundo a construtora Even, o terreno no Morumbi tem 60 mil m2 e o preço médio do metro quadrado construído na região é de R$ 7.000.

    No espaço, que foi adquirido há três anos pela empresa, deve ser erguido um conjunto de prédios residenciais. A construtora afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que o projeto executivo já está em tramitação na prefeitura e a Even espera lançar o condomínio no final deste ano.

    De acordo com a assessoria de imprensa da construtora, o terreno não tem nenhuma dívida pendente.

    A Folha esteve por dois dias seguidos na ocupação, em horários diversos, e verificou que a maioria das barracas montadas no terrenosó serve para demarcar território –e tentar vaga futura no cadastro da casa própria.

    De acordo com a coordenação do movimento, porém, entre 500 e 1.000 barracas permanecem ocupadas todas as noites em sistema de rodízio –que, segundo o MTST, é realizado de forma espontânea, e não programada.

    Essa situação não foi constatada pela Folha nos dois dias em que esteve no local, no Morumbi, na zona oeste.

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