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    Com reajuste, tarifa de ônibus volta a custar R$ 3,30 em Campinas (SP)

    LUCAS SAMPAIO
    DE CAMPINAS

    28/07/2014 18h10

    O preço da passagem de ônibus vai subir de R$ 3 para R$ 3,30 em Campinas (a 93 km de SP), o mesmo valor cobrado antes das manifestações de junho do ano passado.

    A nova tarifa entrará em vigor a partir de sexta-feira (1º), conforme o secretário municipal de Transportes, Carlos José Barreiro, anunciou nesta segunda (28).

    Barreiro informou também que a passagem não poderá mais ser paga com dinheiro a partir de 1º de outubro. O intuito da medida é diminuir o número de roubos e furtos em ônibus de Campinas.

    Com isso, os passageiros que não tiverem o bilhete único terão de comprar outro bilhete, com uma ou duas passagens, com custo adicional de R$ 2 –que poderá ser ressarcido se o usuário devolver o bilhete na sede da Transurc (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas).

    Segundo a prefeitura, cerca de 80% dos passageiros utilizam o bilhete único atualmente.

    A prefeitura anunciou que vai encaminhar à Câmara Municipal um projeto de lei para estender o desconto de 50% na tarifa para universitários –atualmente, apenas alunos do ensino fundamental e médio têm o benefício.

    Com o reajuste de 10%, a tarifa voltará ao valor de junho de 2013, quando o prefeito Jonas Donizette (PSB) disse que o preço da passagem era "bastante salgado" e anunciou a redução de R$ 3,30 para R$ 3,20 –e depois para R$ 3, em meio às manifestações que tomaram o país.

    Em Campinas, o maior protesto chegou a reunir cerca de 35 mil pessoas nas ruas há pouco mais de um ano. Em agosto de 2013, ativistas tentaram ocupar a Câmara, reivindicando a implantação de uma CPI que investigasse os gastos públicos com transporte, e a PM deteve 138 pessoas.

    Para custear a redução, Jonas aumentou o subsídio mensal às empresas de transporte de R$ 3 milhões para R$ 5,9 milhões em agosto. Em maio deste ano, elevou o valor de R$ 5,9 milhões para R$ 8,4 milhões por mês.

    Segundo a Transurc, o reajuste "foi uma surpresa". "Não fomos consultados e ficamos bastante preocupados com a criação do passe universitário", diz Paulo Barddal, porta-voz da associação.

    "O aumento da tarifa é para cobrir o reajuste dos insumos e da mão de obra", afirma Barddal, embora o subsídio tenha aumentado de R$ 3 milhões para R$ 8,4 milhões em menos de um ano e o fim da cobrança em dinheiro vá extinguir a profissão de cobrador no sistema de transporte da cidade.

    Diariamente, cerca de 240 mil pessoas usam o serviço em Campinas.

    "DESCABIDO"

    Paulo Bufalo (PSOL), vereador que propôs a CPI do transporte público, considera o aumento "descabido".

    "A prefeitura volta a cometer o mesmo erro do outro reajuste [de dezembro de 2012, quando a tarifa subiu de R$ 3 para R$ 3,30]", diz Bufalo. "A prefeitura não demonstra para os cidadãos onde essa tarifa e esse subsídio estão sendo aplicados, pois não se tem transparência das planilhas de custo das empresas, de números de passageiros transportados etc."

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