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    Prefeitura admite rever regras de ônibus fretados em São Paulo

    ANDRÉ MONTEIRO
    DE SÃO PAULO

    31/07/2014 12h10

    A Prefeitura de São Paulo admitiu nesta quarta-feira (30) que poderá rever as regras de circulação e estacionamento dos ônibus fretados.

    O secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, disse que irá determinar que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) crie vagas de estacionamento para ônibus de turismo perto de atrações como parques e museus, mesmo que seja necessário usar área de Zona Azul. O setor reclama que hoje não há locais para estacionar os ônibus.

    Tatto disse ainda que as regras de restrição aos fretados, criadas na gestão Gilbeto Kassab (PSD), poderão ser revistas para que os ônibus possam trafegar e desembarcar passageiros em mais regiões. Um projeto de lei que trata do tema tramita na Câmara desde o ano passado.

    O Transfretur (sindicato das empresas de fretamento) apresentou nesta quarta as propostas do setor para o plano de mobilidade urbana da capital durante a oitava reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito.

    Segundo dados do sindicato, são feitas 490 mil viagens em ônibus fretados por dia em São Paulo, o que representa 2,3% das viagens em transporte coletivo.

    O setor defende que esses veículos sejam liberados nas faixas e corredores exclusivas –pedido negado por Tatto, para quem essas pistas devem ser usadas apenas pelos ônibus regulares. Mas ele disse que os ônibus poderiam ser contemplados, por exemplo, numa eventual segunda faixa exclusiva.

    "Aumentar os investimentos no transporte público regular é essencial, mas isso não basta para atrair o usuário do transporte individual e reduzir o número de carros nas ruas. É preciso adotar novas ações, por isso o fretamento deve ter tratamento público adequado" disse o engenheiro Eduardo Vasconcellos, que participou da apresentação do sindicato.

    "O custo de usar carro ou moto ainda é muito baixo no Brasil, é praticamente igual ou menor do que usar transporte público. Na Europa, onde a frota de veículos é tão grande quanto nos Estados Unidos, mas se conseguiu tirar o carro da rua, o custo é cinco vezes maior."

    PESQUISA

    Segundo pesquisa encomendada pelo sindicato que ouviu 750 mensalistas de estacionamentos em oito áreas da cidade, metade dos motoristas disse ter um segundo carro para escapar do rodízio de veículos.

    Mas quase um terço dos entrevistados disse ter interesse em trocar o automóvel por ônibus fretados se houvesse essa opção. Entre os motivos apontados estão segurança, pontualidade e conforto, como o ar-condicionado.

    Segundo o consultor em transportes Horácio Figueira, que coordenou a pesquisa, se 80% deles realmente mudassem para o fretado haveria redução de até 5% no número de automóveis em circulação na hora do pico nessas regiões.

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