Um trecho da ciclovia do centro de São Paulo implantado em uma rua de mão dupla e que permite estacionar tem provocado problemas no trânsito na região da Barra Funda, zona oeste da capital paulista.
Carros que circulam em sentidos opostos na rua Souza Lima não conseguem trafegar ao mesmo tempo na via. Um tem que parar e esperar o outro passar.
A ciclovia tem 2,75 metros de largura. Como a rua fica cheia de veículos estacionados do outro lado, sobram 3,80 metros para os carros trafegarem. Esse espaço é pequeno para que dois veículos fiquem lado a lado.
Após questionamentos da Folha, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que a rua Souza Lima terá mão única.
| Moacyr Lopes Junior/Folhapress | ||
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| Ciclovia invade e diminui espaço de faixas de carros na zona oeste de São Paulo |
O trecho da ciclovia ainda está em construção e deve ser inaugurado em breve –ele ligará o centro à estação Barra Funda do metrô.
Alguns moradores e principalmente comerciantes têm reclamado. Como forma de protesto, moradores derrubaram cavaletes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) que estavam na rua na tarde dessa quarta-feira (30).
Os moradores prometem discutir possíveis medidas sobre ciclovia na próxima reunião do Conseg (conselho de segurança) do bairro, na próxima terça-feira (5).
"Acordamos e já estava assim, pintado. Para passar, os carros têm que invadir a parte dos ciclistas", disse o montador Alexandre da Silva, dentro da loja de material de construção onde trabalha.
"Isso mesmo, tem que meter a boca mesmo, Alexandre", disse seu chefe, ao presenciar a entrevista. Ele não se identificou.
O ciclista Jorge Luis Custódio, 44, é a favor. "Torço para que dê certo, mas também não quero que [a ciclovia] prejudique ninguém", afirmou Custódio, que é gari e mora no centro.
A professora e moradora da Barra Funda Cristina Craveiro, 40, diz que adorou a ciclovia. "Vou até comprar uma bicicleta. Só acho que tem transformar a rua em mão única."
A CET afirma que "promoverá medidas de engenharia de tráfego em vias do bairro, entre elas a restrição de estacionamento, remanejamento de vagas e também alteração no sentido de circulação da rua Souza Lima."
Questionado sobre a falta de aviso prévio a moradores, o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, afirmou ontem que as ruas da cidade são espaço público. As bicicletas, diz, são prioridade da gestão Fernando Haddad (PT) e precisam de um espaço reservado.