• Cotidiano

    Sunday, 28-Apr-2024 13:53:17 -03

    Queda na produção de água no Cantareira não deteve crise no sistema

    ARTHUR RODRIGUES
    HELOÍSA BRENHA
    DE SÃO PAULO

    01/08/2014 02h00

    Embora expressiva, a queda na produção de água no Cantareira não foi suficiente para recuperar o sistema e ainda pode estar relacionada às queixas de desabastecimento em São Paulo, de acordo com especialistas.

    Para o professor de engenharia da FEI Jorge Giroldo, o sistema continua esvaziando em ritmo preocupante (cerca de 0,2 ponto percentual por dia) e registrando níveis muito baixos -ontem, de 15,6%.

    "Ainda temos bastante 'volume morto' [reserva de água do fundo das represas], mas, se não chover a partir de setembro, estaremos em situação lastimável", afirma.

    O professor da Unicamp Edevar Luvizotto Jr. diz que uma das principais medidas de economia, a diminuição na pressão da água, pode ter "implicações severas".

    "Obteve-se uma redução de água grande com esse recurso. O preocupante é se, para isso, estão fechando totalmente as válvulas, o que, além de interromper o abastecimento, pode causar a entrada de contaminantes na tubulação", afirma.

    Luvizotto explica que isso pode acontecer quando a pressão nos tubos fica negativa, fazendo-os "sugar" poluentes do solo ou de redes de esgoto próximas.

    Diz, porém, que a pressão pode ser gerenciada tanto para controle de perdas como para rodízio. "O princípio é o mesmo. No racionamento, a pressão da água cai ao mínimo, mas não chega a zero para não danificar a rede", diz.

    A Sabesp afirma que reduz a pressão na rede durante a noite dentro dos padrões da ABNT e que, sem as ações que adotou, 8,8 milhões de pessoas enfrentariam hoje um rodízio de 72 horas sem água para 36 horas com.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024