Assim como fez com as faixas exclusivas de ônibus no primeiro ano de mandato, o prefeito Fernando Haddad (PT) agora investe na criação de uma nova marca com a rápida expansão das ciclovias.

Nesta semana, ele participou de três eventos públicos ligados a bicicletas.

Com a nova bandeira, Haddad tenta reverter a baixa popularidade, em especial entre os mais jovens –sua avaliação não para de cair desde as manifestações do ano passado, segundo o Datafolha.

A novidade já rendeu uma longa lista de inimigos entre comerciantes e motoristas. Mas também reforçou o coro de cabos eleitorais na internet entre simpatizantes das bikes.

A aposta do prefeito é que, assim como ocorreu em cidades europeias, o aumento da demanda nas ciclovias neutralize as opiniões negativas.

Desde a campanha, Haddad já tinha um plano para bicicletas, a ser implantado ao longo do mandato.

Agora, porém, resolveu transformar a promessa de 400 quilômetros de "vias cicláveis" (que incluem ciclorrotas e ciclofaixas, mais baratas e menos polêmicas) em ciclovias, que são sinalizadas de forma permanente.

A estimativa é que o projeto custe R$ 80 milhões, entre planejamento e execução –R$ 200 mil por km.

Também antecipou o prazo de implantação para o fim de 2015 –ele diz que o ritmo será de até 10 km por semana.

O secretário Jilmar Tatto (Transportes) diz que o tema só ganhou fôlego agora porque a gestão passou um ano e meio discutindo como as ciclovias seriam implantadas e, a partir da definição, os projetos executivos começaram.

A gestão, porém, ainda não sabe exatamente onde cada ciclovia será. "Estamos levantando e implantando ao mesmo tempo. É importante definir uma meta porque 400 km é o mínimo para se criar uma rede, não ter ciclovia terminando em lugar nenhum", diz.

Desde junho, quando o novo plano foi anunciado, já foram inaugurados 16,4 km de ciclovias. (ANDRÉ MONTEIRO E ARTUR RODRIGUES)