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    Crise da água

    Cidades multam em até R$ 5.000 quem desperdiça água e fazem sorteio para poupadores

    DE SÃO PAULO
    DO ENVIADO ESPECIAL A VALINHOS (SP)

    11/08/2014 02h00

    Com o abastecimento em crise, municípios paulistas têm adotado não só racionamento de água, mas também medidas de economia que vão de multa para quem desperdiça até sorteio de carro e TV para quem poupa água.

    Uma das primeiras cidades do Estado a decretar rodízio, Valinhos (a 85 km da capital) também implantou um 0800 para os moradores fazerem denúncias de desperdício.

    A linha instalou um clima de delação na cidade: 120 pessoas já foram cobradas em R$ 336 cada uma depois de serem denunciadas.

    "Meu filho foi denunciado, mas não estava desperdiçando", diz a vendedora de cosméticos Marisa Amador Lima, 52. "O fiscal foi até a casa dele, mas não o multou."

    As taxas contra o desperdício foram adotadas por várias cidades do interior paulista, como Cordeirópolis e Artur Nogueira, ambas na região de Campinas.

    Nesta, o racionamento ainda não foi implantado, mas a multa varia de R$ 500 a R$ 5.000 para moradores e comerciantes flagrados gastando água em excesso.

    Em Itu (a 101 km da capital paulista), a crise no abastecimento levou a medidas ainda mais extremas. Além de o abastecimento ter sido limitado a 10 horas em cada dois dias, o município resolveu vetar novos empreendimentos imobiliários para impedir o aumento do consumo.

    AÇÃO POSITIVA

    Outras cidades, porém, resolveram premiar moradores que reduzissem o consumo de água voluntariamente ao invés de penalizar os gastadores. No geral, elas têm fontes de água alternativas e não precisaram decretar rodízio.

    É o caso de São Caetano do Sul (Grande São Paulo). Como Guarulhos, o município é abastecido por um serviço municipal, mas compra água da Sabesp para complementar o fornecimento.

    Desde março, porém, a estatal reduziu o volume de água vendido às duas cidades para aliviar o sistema Cantareira -principal abastecedor da região metropolitana e em crise desde o início do ano.

    Com 150 mil habitantes, São Caetano contornou a menor disponibilidade hídrica com uma campanha de redução do consumo, que inclui até sorteio de carros e aparelhos de televisão a quem economiza 10% ou mais em relação a seu consumo médio.

    Já o município de José Bonifácio (a 481 km da capital paulista) não foi tão afetado pela crise hídrica, mas resolveu se precaver. Ali, quem consome menos de 10 mil litros por mês não paga a conta de água. (ARTUR RODRIGUES, HELOISA BRENHA e LUCAS SAMPAIO)

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