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    Rio de Janeiro

    Jogador do Flamengo é suspeito de envolvimento com milícia do Rio

    DO RIO

    11/08/2014 13h28

    O jogador do Flamengo Luiz Antônio de Souza Soares, 23, é suspeito de ligação com a milícia Liga da Justiça, a maior do Estado do Rio.

    De acordo com as investigações, Luiz Antônio presenteou com um Ford Edge, avaliado em cerca de R$ 130 mil, o ex-PM Marcos José de Lima Gomes, suspeito de ser um dos chefes da milícia.

    Conhecido como Gão, o ex-PM está preso.

    Segundo a polícia, a Liga da Justiça, formada por ex-policiais e policiais da ativa, explora moradores de Campo Grande, cobrando taxas por serviços básicos.

    Luiz Antônio, titular da equipe que conquistou a Copa do Brasil no ano passado, deverá prestar depoimento nesta semana à Polícia Civil.

    Ele não foi localizado nesta segunda-feira. O Flamengo informou que só se pronunciará após a conclusão das investigações.

    Segundo a polícia, após a entrega do presente, o pai do meio-campista, Luiz Carlos Soares, 52, registrou o roubo do veículo em uma delegacia, no dia 11 de janeiro deste ano.

    Como o carro estava com o miliciano, o delegado Alexandre Capote, que investiga o caso, suspeita que Luiz Antônio e o pai tentaram aplicar um golpe para receber o dinheiro do seguro.

    Policiais foram intimá-lo na tarde desta segunda (11), mas o jogador não estava em seu apartamento.

    A investigação aponta que o miliciano teria ficado com o veículo por duas semanas e depois passado o carro a outro integrante do grupo.

    Na semana passada, 21 membros da Liga da Justiça foram presos acusados, entre outras suspeitas, de explorar apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida.

    A polícia suspeita que a milícia lucrasse R$ 1 milhão por mês pela cobrança de serviços de 5.000 moradores.

    Um depoimento de uma testemunha revelado no domingo pelo programa Fantástico, da Rede Globo, mostra que os milicianos realizavam festas e churrascos semanais.

    Os encontros aconteciam às sextas e sábados sob um forte esquema de segurança. "Há uns 168 fuzis", revelou a testemunha.

    A esses churrascos compareceriam um jogador de futebol –suspeita-se que seja Luiz Antônio– e cantores de grupos de pagode.

    A polícia investiga se Luiz Antônio passou a frequentar as festas levado por outro suspeito: o policial civil Alexandre Antunes, que trabalhava na delegacia onde o roubo do carro foi registrado pelo pai do jogador de futebol.

    Nesta segunda (11), o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, pediu à Justiça a transferência de Gão a uma unidade federal.

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