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    Copan começa esperada reforma sem saber se a obra será terminada

    VANESSA CORREA
    DE SÃO PAULO

    13/08/2014 02h00

    A onda modernista de Oscar Niemeyer (1907-2012) ficou azul, mudando a cara de um dos mais importantes pontos turísticos da cidade de São Paulo.

    Sinal de que a necessária reforma do Copan, que vem sendo adiada pelo menos desde 2010 por falta de verbas, finalmente começou. Mas, se a obra vai terminar, isso é outra história.

    Segundo Afonso Prazeres, síndico do edifício de mais de 2.000 habitantes, o condomínio já tem R$ 10 milhões para o restauro. Serão necessários, no entanto, ao menos R$ 20 milhões.

    A remoção das pastilhas soltas e blocos de concreto deteriorados da fachada é a prioridade e já tem a autorização do Conpresp (órgão do patrimônio histórico municipal), afirma o síndico.

    Essa prioridade tem um motivo: há anos o revestimento vêm se soltando da fachada, trazendo risco a pedestres e habitantes do prédio.

    No caso mais grave, uma placa de pastilhas acertou em cheio a cabeça do cachorro de um morador e o animal morreu. No ano passado, em dia de vento forte, houve verdadeira chuva de pastilhas.

    Mais recentemente, o síndico adotou em algumas ocasiões a medida de vedar o acesso dos moradores à rua Unaí (que fica entre o Copan e o edifício do Bradesco) com uma faixa de sinalização.

    PASTILHAS DA DISCÓRDIA

    Após a retirada das pastilhas soltas, será a vez da reposição delas. Aí mora a maior dificuldade de Prazeres. O fabricante das peças originais já não existe. Apesar de pastilhas que o síndico pretende usar terem "aparência idêntica" à das originais, elas são feitas material diferente, mais barato.

    Por isso, Prazeres diz esperar um forte debate entre os técnicos da prefeitura sobre a possibilidade dessas peças serem usadas no restauro. Se vencer mais essa etapa, o síndico pretende sair de "capa e espada na mão" atrás de patrocinadores, missão que já encara desde 2012.

    Naquele ano, ele chegou a obter o aval da prefeitura para que o véu da reforma pudesse ostentar a marca de possíveis patrocinadores da obra. Um banco se interessou, mas queria o retorno do investimento em forma desconto em impostos, o que só seria possível por meio da Lei Rouanet de incentivo federal à cultura. Mas a coisa não andou, diz Prazeres.

    O edifício Copan foi projetado nos anos 1950 por Oscar Niemeyer em colaboração com o arquiteto Carlos Alberto de Cerqueira Lemos.

    Mais de 2.000 pessoas moram hoje no condomínio.

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