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    Confronto entre PM e grevistas atrasa abertura de comércio perto da USP

    DE SÃO PAULO

    20/08/2014 10h19

    O confronto entre grevistas da USP e policiais militares atrasou a abertura do comércio do entorno da Cidade Universitária, na manhã desta quarta-feira, na zona oeste de São Paulo.

    O gerente de uma farmácia na esquina na esquina da avenida Vital Brasil com a rua Alvarenga, Tiago Silva dos Santos, afirmou que o local ficou fechado das 6h às 7h10.

    "A polícia estava jogando bombas e atirando balas de borracha contra os manifestantes. Quando uma bomba explodiu na nossa porta, clientes e outras pessoas entraram para se esconder e então baixamos as portas", disse.

    Segundo ele, as pessoas passaram mal por causa do cheiro do gás que entrou no local. "As pessoas ficaram com os olhos lacrimejando e tossindo sem parar. Pelo menos ninguém de feriu."

    Na mesma região, a cerca de 500 metros do portão 1 da universidade, manifestantes fizeram barricadas com sacos de lixo para se proteger dos policiais. A ação interditou o tráfego de veículos na avenida Vital Brasil por cerca de 30 minutos.

    O caixa de um posto de combustíveis da região Marcelo Pessoa disse que pessoas que passavam pela região entraram nos banheiros do comércio para não serem atingidas por disparos dos PMs. "Encheram o posto de bomba. Não dava para respirar. Todas as lojas que abrem às 7h preferiram esperar até que a situação se normalizasse", afirmou.

    Comerciantes ouvidos pela Folha disseram que o atraso foi causado pelo medo de novos ataques. A estação Butantã da linha 4-amarela chegou a fechar. De acordo com a assessoria de imprensa da concessionária ViaQuatro, manifestantes tentaram invadir o espaço.

    Para preservar o local, a empresa responsável pela estação trancou os portões de acesso por cerca de 30 minutos. Segundo Magno de Carvalho diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), um grande contingente de policiais da Força Tática da PM chegou logo nas primeiras horas da manhã.

    "Não houve negociação. Primeiro eles foram no portão 3 e já começaram a atirar bombas para dispersar os manifestantes. No portão 2 não houve confronto, mas no portão 1 onde havia uma maior concentração de pessoas houve resistência e bombas", afirmou.

    De acordo com sindicalistas, ao menos oito manifestantes ficaram feridos após serem atingidos por estilhaços de bombas ou tiros de borracha. A Polícia Militar não se manifestou a respeito.

    AUDIÊNCIA

    Nesta quarta, servidores públicos da Universidade de São Paulo e a reitoria da instituição se reúnem para uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho. O objetivo é tentar por um fim a greve na instituição que já dura mais de dois meses.

    De acordo com o diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) Magno de Carvalho, esta é a primeira vez que a greve de servidores públicos vai para dissídio coletivo. O aumento pedido pela categoria é de 9,78%.

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