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    Ex-presidente do Hopi Hari é excluído de processo por morte de garota

    ADRIANA FARIAS
    DE SÃO PAULO

    20/08/2014 18h55

    O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a exclusão de Armando Pereira Filho, ex-presidente do parque Hopi Hari, da ação penal na qual era acusado de homicídio culposo (sem intenção) de Gabriella Yukari Nichimura, 14.

    A adolescente morreu no dia 24 de fevereiro de 2012 quando caiu de uma altura de ao menos 25 metros do brinquedo La Tour Eiffel -um elevador que despenca em simulação de queda livre. A cadeira da garota deveria estar inoperante e não tinha o sistema de trava acionado.

    À época, a denúncia do Ministério Público apontou que houve falhas na implantação do brinquedo e também em sua operação. O laudo do IC (Instituto de Criminalística) concluiu que houve falha humana e que a cadeira do brinquedo foi mexida um dia antes do acidente.

    Arquivo Pessoal
    Imagem feita pela família momentos antes da morte de Gabriella mostra a garota sentada na última cadeira
    Imagem feita pela família momentos antes da morte de Gabriella mostra a garota sentada na última cadeira

    Por dois votos a um, a decisão da 2ª Câmara Criminal do TJ-SP ocorreu durante análise de pedido de habeas corpus feito pelo advogado do ex-presidente do parque, Alberto Zacharias Toron. Segundo o TJ, Armando Pereira Filho não deve figurar como réu, pois o que ocorreu foi falta de cautela dos funcionários. Outros dez empregados permanecem como réus na ação.

    "A forma pela qual se deu a interdição [da cadeira] se mostrou eficaz pelos dez anos sem acidente e nove milhões de pessoas que passaram por ali. Se os funcionários desobedeceram as regras por que responsabilizar o presidente do parque?", afirmou Toron.

    O advogado da família de Gabriella, Ademar Gomes, disse à Folha que sua intenção é recorrer da decisão assim que ela for publicada e ele tiver acesso à íntegra do julgamento.

    "Não podemos admitir que os funcionários sejam os únicos culpados, os donos não podem ficar impunes. É uma incoerência muito grande", afirmou.

    "A cadeira estava com problemas havia dez anos e os empregados cumprem ordens, eles não têm força [poder] para mandar arrumar uma cadeira."

    Em fevereiro de 2013, o Hopi Hari fechou um acordo de indenização com a família de Gabriella. O valor, porém, não foi divulgado porque há um termo de confidencialidade no documento.

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