Foi no Terraço Itália, em maio deste ano, que o escritor e cientista Gil Martins Felippe, nascido em São Carlos, no interior de São Paulo, comemorou seu 80º aniversário.
Era conhecido por sua capacidade de aglutinar pessoas ao seu redor e ali reuniu 110 amigos —editores, doutores, acadêmicos, vizinhos, conhecidos e até as empregadas que trabalhavam em sua casa, com quem costumava planejar o menu da semana.
Ele fazia questão de comer à mesa —que devia ser posta com capricho.
Felippe fez graduação em história natural e especialização em botânica na USP.
Em 1964, mudou-se para Edimburgo, na Escócia, onde fez doutorado e pós-doutorado em fisiologia vegetal.
De volta ao Brasil, foi contratado pela Unicamp, em 1974, como professor titular dos cursos de graduação.
Foi fundador e primeiro presidente da Sociedade Botânica de São Paulo e membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo. Colaborou como pesquisador no Instituto de Botânica do Estado de São Paulo e escreveu centenas de artigos para publicações.
Quando se aposentou como professor, em 1991, decidiu se reinventar. Passou a escrever livros que relacionavam seus estudos da botânica com outra paixão: a gastronomia.
Escreveu ao menos 15 títulos sobre os temas e virou uma espécie de guru de chefs e profissionais da cozinha -afinal, colocava assuntos de difícil compreensão ao alcance do grande público.
Sofria de doenças respiratórias. Morreu na terça (19), após uma pneumonia. Não era casado nem tinha filhos.