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    Polícia procurou filhos em escola para achar ex-médico no Paraguai

    FERNANDA ODILLA
    DE BRASÍLIA

    21/08/2014 02h00

    A Polícia Federal fez uma busca pelos dois filhos mais novos do ex-médico Roger Abdelmassih, 70, para conseguir achá-lo no Paraguai.

    Após receber dicas de que ele estava foragido naquele país, policiais fizeram uma busca em escolas infantis de alto padrão por gêmeos que fazem aniversário em agosto –assim como os filhos dele.

    Depois de visitar vários estabelecimentos na segunda-feira (11) em Assunção, policiais brasileiros identificaram, com a ajuda de agentes da Secretaria Antidrogas paraguaia, uma escola que classificaram como "suspeita". Havia crianças gêmeas matriculadas comemorando aniversário naquela semana.

    O próximo passo foi checar o endereço das crianças. Ao visualizarem uma luxuosa Mercedes 350 preta na garagem de uma rua de um bairro nobre da capital paraguaia, aumentaram as suspeitas de que o ex-médico vivia naquela casa. A PF sabia que Abdelmassih é um aficionado por Mercedes pretas.

    No dia seguinte, os policiais federais visualizaram o ex-médico e confirmaram que ele vivia naquele endereço.

    CAMPANA

    Demorou uma semana até a polícia encontrar uma solução jurídica para abordar e deter Abdelmassih. A saída foi investir na deportação por ele estar vivendo de forma ilegal na capital paraguaia.

    A PF descobriu que ele deixou a capital paulista em 2011. Passou um tempo em Presidente Prudente (SP), para organizar a fuga. De lá, seguiu de carro para Foz do Iguaçu (PR), onde atravessou a fronteira e foi para Assunção. Nunca comunicou as autoridades paraguaias que residiria no país.

    Tão logo o Paraguai autorizou deter o ex-médico, a polícia foi para a porta da casa dele fazer campana. Estavam disfarçados porque queriam abordá-lo na rua. Contudo, ele não saiu de casa na última segunda-feira (18).

    No dia seguinte, foi com a mulher levar os filhos até a escola. A polícia abordou o casal na saída da escola. O ex-médico se irritou com aquelas pessoas que o cercaram e seguraram seu braço. Após se identificarem, os policiais o detiveram. Ele não deu nome falso, não inventou histórias nem reagiu à prisão, feita por policiais paraguaios.

    No caminho para Foz, onde passou a noite de terça-feira (19), e no voo até São Paulo, Abdelmassih demonstrou muita preocupação com os filhos e com a mulher, que ficaram no Paraguai, de acordo com os policiais. Chorou todas as vezes que falou sobre os gêmeos.

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