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    Homem nega ter mantido adolescente e bebê em cárcere privado em MS

    PAULA SPERB
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    21/08/2014 16h44

    O homem suspeito de manter em cárcere privado uma adolescente de 17 anos e o filho deles, um bebê de cinco meses, por cerca de um ano, nega que os tenha prendido.

    O caso veio à tona depois que a garota pediu socorro ao comprar um remédio em uma farmácia em Campo Grande (MS), na noite de segunda-feira (18). A adolescente escreveu um pedido de ajuda no verso da receita médica. A funcionária do local chamou a Polícia Militar, que resgatou a adolescente, mas não encontrou o homem.

    O jardineiro de 40 anos também contesta a acusação da jovem de que a agredia fisicamente durante a gravidez.

    O delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, pediu a prisão preventiva do homem na terça (19).

    Reprodução
    Pedido de socorro escrito no verso de receita médica por adolescente em MS
    Pedido de socorro escrito no verso de receita médica por adolescente em MS

    A advogada Rosana Tognini, que defende o acusado, afirmou que ele irá se apresentar à polícia, mas fez um pedido de salvo-conduto à Justiça, que ainda está pendente. Se o pedido não for aceito, ele tem até as 9h desta sexta-feira (22) para se apresentar à polícia.

    "Ele relatou que nunca bateu nela e que os dois tinham ciúme mútuo. As brigas eram constantes. Eram apenas agressões verbais", diz Tognini.

    Segundo a advogada, a adolescente tinha muito ciúmes da ex-mulher do jardineiro. "Mas ela [ex-mulher] é apenas uma grande amiga dele", diz.

    De acordo com a advogada, o suspeito e a ex-mulher estão separados "há muito tempo".

    A polícia encontrou a jovem e seu filho na casa da ex-mulher do homem, que negou a presença da jovem no local quando os policiais chegaram. Desde então, a moça está na casa de parentes.

    O delegado ouvirá a ex-mulher e a mãe do homem para saber se elas tinham conhecimento das supostas agressões e do cárcere privado. A garota disse à polícia que morou um tempo na casa da avó paterna do bebê.

    "Eles [o trio] tinham uma relação de amizade. Ela [adolescente] ia na casa [da ex-mulher] constantemente. Os filhos do casal ajudavam a cuidar do bebê", diz a advogada. "Eles são uma família bem calorosa. Ela é que vem de uma família desestruturada", diz Tognini.

    O homem assume a paternidade do bebê, mas a criança ainda não foi registrada. Segundo a advogada, isso foi "uma falha do casal".

    O documento que comprova o nascimento do filho, necessário para o registro, não está com a adolescente. "Esse documento está com ele porque ele é o pai da criança", diz Tognini.

    Segundo a advogada, a adolescente não quis registrá-lo porque tinha dúvidas sobre qual nome dar a ele. "Na família, todos chamam ele de 'meu bebê'", diz.

    No pedido de socorro, a adolescente disse que a criança nasceu em um hospital da cidade. "Por causa dele eu não fiz o acompanhamento [pré-natal] certo", escreveu a garota. Ela contou que descobriu que o homem mentiu sobre a identidade dele e que, depois disso, ela quis sair de casa.

    "Ele ameaça que vai tirar meu filho. Ele já me bateu muito quando eu estava grávida", escreveu no bilhete.

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