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    Ônibus é incendiado durante nova greve de ônibus no Grande Recife

    DO RECIFE

    22/08/2014 09h42

    Um ônibus foi incendiado na manhã desta sexta-feira (22) na BR-101, no Recife, durante nova paralisação de motoristas, cobradores e fiscais do transporte coletivo de cidades na região metropolitana.

    A nova greve, tomada após a decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho) de reduzir de 10% para 6% o percentual de reajuste dos trabalhadores, começou às 4h.

    O trânsito foi interrompido na rodovia no trecho do incêndio, próximo ao terminal da Macaxeira, na zona norte, e provocou congestionamento. Poucos ônibus saíram das garagens. Há filas nos terminais e a espera por ônibus é de mais de uma hora. Ainda não há informações sobre a adesão à paralisação.

    No terminal de Xambá, em Olinda, na região metropolitana do Recife, um portão foi derrubado e passageiros revoltados queimaram pneus. Na garagem de uma das principais empresas de ônibus, trabalhadores ficaram do lado de fora.

    De acordo com o sindicato dos trabalhadores, a paralisação desta manhã não foi decidida em assembleia. A categoria ainda não foi oficialmente notificada da decisão e pode recorrer até a próxima segunda-feira (25).

    Após três dias de greve no final de julho, o TRT-6 (Tribunal Regional do Trabalho da Sexta Região) havia concedido 10% de aumento.

    Na última quarta-feira (20), o presidente do TST, ministro Antonio José de Barros Levenhagen, acatou o pedido do sindicato das empresas de ônibus por entender que o reajuste concedido no mês passado ficou fora dos limites do poder normativo da Justiça do Trabalho. A inflação acumulada em um ano, quando houve o último aumento, foi de 6,5%, segundo o IPCA.

    A suspensão do reajuste vale até o julgamento do caso pela Seção de Dissídios Coletivos do TST, que ainda não tem data marcada para acontecer.

    A decisão monocrática afeta, além do salário, os valores de tíquete-refeição, auxílio-funeral, diárias para viagens especiais e indenização por morte e invalidez.

    Com a mudança, o salário dos motoristas, que havia ficado em R$ 1.765,50, cai para R$ R$ 1.701,30. O dos cobradores vai de R$ 811,80 para R$ 782,59. O de fiscal, de R$ 1.140,70 para R$ 1.100,17.

    O vale-refeição, que havia sido reajustado em 75%, cai de R$ 300 para R$ 181,26.

    O sindicato patronal informou que recorreu ao TST "por motivo de absoluta incapacidade financeira e visando salvaguardar a solvência financeira do sistema", que, segundo nota, é financiado unicamente pela tarifa, há dois anos sem reajuste.

    Na tarde desta sexta, a direção do sindicato que representa motoristas e cobradores se reuniu e decidiu fazer uma assembleia no domingo (24).

    Segundo a assessoria do sindicato, não houve nenhuma incitação por parte da entidade para a paralisação de ônibus nesta sexta nem há qualquer orientação para protestos ou greves no fim de semana.

    O sindicato das empresas de ônibus informou, via assessoria, que não sabia até o início da noite desta sexta se haverá algum tipo de paralisação no fim de semana. Atuam em Recife e região metropolitana 23 mil motoristas e cobradores.

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