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    Nova dose da vacinação contra HPV começa na próxima segunda-feira

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    29/08/2014 14h32

    A partir desta segunda-feira (1º), as meninas de 11 a 13 anos poderão tomar a segunda dose da vacina contra o HPV (papilomavírus humano), que protege contra o câncer de colo de útero. O anúncio desta fase de vacinação foi feito nesta sexta-feira (29) pelo Ministério da Saúde. Quem tomou a primeira dose da vacina deve tomar a próxima para garantir a imunização completa.

    A expectativa da pasta é de que 80% das 4,9 milhões de meninas nessa faixa etária sejam imunizadas no país nos próximos meses. A vacina será distribuída nas escolas públicas e privadas e nos postos de saúde em todo o país. "Só com a primeira dose não fica protegida. Para ficar protegida pela vida inteira é necessário tomar a segunda e daqui a cinco anos fazer a terceira e última dose", afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante a apresentação do planejamento para esta segunda etapa

    A primeira dose da vacina começou a ser distribuída em março deste ano. Em seis meses, o governo conseguiu aplicar a vacina em 4,3 milhões de meninas, o que corresponde a 87,3% do público-alvo. Ela é distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São Paulo foi o Estado que teve o melhor resultado, tendo vacinado 98,74% das meninas na faixa etária.

    A estratégia adotada no início da vacinação será mantida agora. Não há prazo para a vacinação, ou seja, quem fez 11 anos agora pode tomar ainda a primeira dose da vacina e em seis meses deverá tomar a segunda dose. "Não é uma campanha de vacinação. É a introdução da vacina contra o HPV no calendário de imunização nacional", explicou o ministro. A terceira dose da vacina será aplicada daqui a cinco anos como reforço para a imunização.

    Em 2015, a vacina passará a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e em 2016, às meninas de 9 anos. A meta é ter todas as mulheres entre 9 e 15 anos vacinadas contra a doença até 2016.

    Para Chioro, a vacinação nas escolas e aceitação da vacina por parte das próprias adolescentes foi fundamental para que a meta fosse ultrapassada e as desconfianças iniciais sobre ela fossem superadas. "As meninas brasileiras deram um show. Elas se mobilizaram de uma maneira muito impressionante. As meninas mostraram que são mesmo mulheres preparadas para o futuro e protegidas contra o câncer", afirmou.

    O vírus do HPV é um dos causadores do câncer de colo de útero, terceiro tumor mais frequente em mulheres no país e terceira principal causa de morte entre mulheres no país, de acordo com o Ministério da Saúde. Na região Nordeste, esse tipo de câncer é o mais letal. "Estamos lidando com um evento de saúde pública de extrema magnitude. Estamos falando de uma estimativa de cerca de 4,8 mil óbitos neste ano [mortes por câncer de colo de útero segundo estimativas do Intituto Nacional de Câncer]. Com essa vacinação, vamos mudar a história desse câncer no país. Em algumas décadas poderemos dizer que no passado ele era um problema grave", disse Chioro.

    O ministro ressaltou ainda que a imunização contribui para a redução dos casos de câncer de colo de útero mas outros métodos de proteção precisam continuar sendo usados, como o uso de camisinhas, e o exame de papanicolau, recomendado para mulheres a partir dos 25 anos, também deve continuar sendo feito mesmo por quem já tomou a vacina.

    A vacina não será compulsória. Caso a menina se recuse a ser imunizada na escola, ou os seus pais a proíbam, receberá orientação para procurar um posto de saúde. A vacina utilizada no Brasil é a chamada quadrivalente, a mais comum no mundo. Ela protege contra o câncer e contra verrugas anogenitais.

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