• Cotidiano

    Sunday, 16-Jun-2024 04:39:40 -03

    Cadu teve alterações de comportamento antes de crimes, diz relatório

    PAULA SPERB
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    04/09/2014 02h00

    Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 28, demonstrou alterações de comportamento uma semana antes de ser preso, nesta segunda-feira (1º). A informação é atribuída ao pai de Cadu em um relatório interno da Secretaria de Saúde de Goiânia ao qual a Folha teve acesso.

    Assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele Raoni, em 2010, Cadu é suspeito de um latrocínio (roubo seguido de morte) e outra tentativa ocorridos em Goiânia nos dias 28 e 31 do mês passado.

    O relatório informa que a equipe do Caps Vida, onde Cadu fazia tratamento para esquizofrenia há um ano, notou que no último dia 25 de agosto ele apresentou "emagrecimento e tremores nas mãos". Questionado, Cadu teria dito que eram resultado do "excesso de atividades", como trabalho e estudos.

    Divulgação
    Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco, é preso por suspeita de latrocínio pela polícia de GO
    Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco, é preso por suspeita de latrocínio pela polícia de GO

    Ainda segundo o relatório, em 26 de agosto o pai de Cadu, Carlos Grecchi, ligou para o Caps Vida para dizer que o filho "estava passando o dia todo fora de casa e com alterações de comportamento".

    A equipe tentou contato com Cadu, sem sucesso. Pelo pai dele, agendou uma consulta para o dia 27.

    Nessa data, Cadu compareceu ao Caps "se apresentando orientado, consciente, sem agitação psicomotora" e confirmou que estava tomando a medicação prescrita, segundo o relatório.

    O primeiro latrocínio do qual Cadu é suspeito ocorreu no dia seguinte. "Foi uma recaída muito rápida", disse à Folha o coordenador da saúde mental do município, o psiquiatra Sérgio Nunes.

    Segundo ele, o relatório é interno. Foi escrito pela equipe do Caps que tratava de Cadu e enviado para ele anteontem (2).

    O médico diz que, desde agosto de 2013, Cadu fez 34 sessões de terapia cognitivo comportamental com uma psicóloga. Além disso, tinha consulta com psiquiatra a cada dois meses, ao lado do pai.

    Procurado, o pai de Cadu não quis falar com a reportagem.

    PRISÃO

    Cadu foi detido ao lado de um comparsa, que dirigia outro veículo roubado. Os carros eram das duas vítimas de latrocínio. Para a polícia, Cadu está envolvido nos crimes. Ele nega, mas diz que sabia que os carros eram roubados.

    O juiz Gustavo Dalul Faria, da 5ª Vara Criminal, decretou a prisão preventiva de Cadu. Na decisão, diz que testemunhas afirmam tê-lo visto roubando os dois carros e efetuando os disparos que mataram a vítima do dia 31.

    Cadu foi transferido ontem (3) da carceragem da delegacia de homicídios para o Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia.

    Procurado, o advogado de Cadu, Sérgio Divino Carvalho Filho, não atendeu o celular.

    Em 2011, após confessar a morte do cartunista Glauco e do filho dele, a Justiça considerou Cadu inimputável por ser esquizofrênico. Ele ficou internado até agosto de 2013, quando foi autorizado a se tratar em liberdade.

    Segundo o Paili, o relatório oficial de agosto mostra quadro "positivo" de Cadu.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024