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    Estresse pós-vacina é a hipótese para reação no caso do HPV, diz ministério

    DE BRASÍLIA
    DE SÃO PAULO
    DA AGÊNCIA BRASIL

    08/09/2014 20h01

    Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, disse que uma síndrome de estresse pós-injeção é a hipótese mais provável para o caso das meninas que apresentaram queixas de saúde depois da vacinação contra o HPV (papilomavírus humano). "[A síndrome] já foi observada em outras vacinas, não causa dano neurológico, regride espontaneamente."

    A vacina, administrada a adolescentes entre 11 e 13 anos, protege contra lesões do colo de útero que podem se desenvolver e virar câncer. Algumas meninas, porém, relataram ter sentido dor de cabeça, vermelhidão no corpo e perda de sensibilidade nas pernas após vacinação na Escola Estadual William Aureli. Oito receberam altas, mas três continuam em observação.

    Segundo Barbosa, as três meninas que continuam internadas foram avaliadas por um neurologista mobilizado pela Secretaria de Saúde paulista, que não encontrou alterações neurológicas nas estudantes. Também não foram identificadas outras queixas envolvendo o mesmo lote da vacina, seja em São Paulo ou em outros Estados.

    E, segundo Barbosa, uma eventual má conservação da vacina teria o efeito de reduzir a eficácia da imunização e não de acarretar problemas como os citados.

    Na primeira rodada de vacinação contra o HPV, foram aplicadas cerca de 4,3 milhões de doses, com registro de 911 eventos adversos, sendo que 97% são tidos como leves. Dos 25 graves, onze foram descartados e 12 foram reações alérgicas.

    Os últimos dois casos registrados na primeira rodada serão estudados por um comitê de especialistas vinculado ao ministério, que tenta estabelecer vínculos de episódios como esses com a vacina –relação rara de se comprovar, explica Barbosa. Em um caso, a menina teve trombose; no outro, a estudante desenvolveu uma doença rara. Mas, nos dois casos específicos, a situação poderia ocorrer mesmo sem a vacina, diz.

    O secretário reafirma a importância da vacina na prevenção ao câncer e diz que a imunização é segura, com episódios de eventos adversos menos frequentes que o observado em outros países. Segundo a pasta, mais de 175 milhões de doses dessa vacina foram aplicadas no mundo desde 2006, sem que haja registros de problemas que coloquem a imunização em xeque.

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