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    Governo de SP altera regras e facilita o pagamento de bônus a policiais

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE SÃO PAULO
    LÉO ARCOVERDE
    DO "AGORA"

    09/09/2014 02h00

    Após o número de roubos subir por 14 meses seguidos, tanto no Estado como na capital, o governo de São Paulo excluiu esse indicador do plano de metas da segurança, o que vai facilitar o pagamento de bônus a policiais.

    Se não houvesse a exclusão, conforme diagnóstico da Secretaria da Segurança Pública da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), pouquíssimos ou nenhum policial receberia o estímulo, devido ao mau desempenho do Estado na tentativa de frear os assaltos.

    Para o secretário Fernando Grella, a mudança serve para "consolidar" e tornar "justo" o programa de metas. Isso porque, segundo ele, houve um aumento grande nos registros de roubos por causa da delegacia eletrônica.

    Desde dezembro, é possível registrar roubos pela internet, o que, conforme Grella, altera a série histórica, não permitindo comparar dados de 2014 com os de 2013 para a criação de metas.

    O secretário reconhece, porém, que mesmo sem os registros pela internet haveria alta de roubos neste ano, ainda que em percentual menor.

    Além disso, pelo plano de metas original, a ideia era só frear a alta de roubos no Estado –ou seja, deixá-los no mesmo patamar de 2013.

    O bônus foi instituído em janeiro e previa pagar até R$ 2.000 por trimestre –ou R$ 8.000 por ano– para policiais militares e civis que batessem metas em três indicadores:

    1) mortes violentas (homicídios e latrocínios); 2) roubos em geral (exceto de bancos e de cargas); e 3) roubos e furtos de veículos.

    Agora, serão considerados apenas mortes violentas e roubos e furtos de veículos.

    A lei que instituiu o programa foi aprovada na Assembleia em junho. A alteração foi publicada no sábado (6) no "Diário Oficial" do Estado e vale para o ano todo.

    A mudança ocorre a um mês das eleições –Alckmin é candidato à reeleição. Em abril, Grella já havia dito que deveria rever os critérios do programa, para não "prejudicar o esforço do policial".

    Os bônus variam. Há metas locais –para delegacias e batalhões, por exemplo– e para o conjunto do Estado. O valor máximo só é pago se a unidade territorial do policial bater as metas e o Estado também.

    Na sexta (12), segundo Grella, serão pagos os bônus relativos ao primeiro trimestre. Os valores variam de R$ 250 a R$ 400. Nenhum policial atingiu o máximo. O secretário não informou quantos receberão.

    Pelas regras de janeiro, não haveria nenhum pagamento referente ao primeiro trimestre –nesse período, os roubos subiram 33,5% no Estado e 44,6% na capital.

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