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    Crise da água

    Pela 1ª vez após retirada do volume morto, Cantareira opera abaixo de 10%

    DE SÃO PAULO

    10/09/2014 15h58

    O nível do sistema Cantareira está, pela primeira vez desde que o volume morto começou a ser usado, abaixo dos 10%. De acordo com a Sabesp, o principal manancial de abastecimento da Grande São Paulo opera com 9,8% de sua plena capacidade.

    Esta é a menor marca desde que o governo do Estado começou a utilizar a água dos fundos das represas que abastecem o sistema. O bombeamento das reserva técnica começou a ser feito no dia 15 de maio e deu uma sobrevida para as represas do Cantareira.

    O nível de água útil do sistema subiu de 8,2% para 26,7% com a manobra. Na prática, segundo disse a Sabesp na época, o volume morto representa um acréscimo de 182,5 bilhões de litros de água ao manancial.

    2ª COTA

    Em agosto, a Sabesp anunciou ter conseguido autorização dos órgãos reguladores para fazer obras que permitirão a utilização de mais 100 bilhões de litros, pelo menos, do "volume morto" do sistema Cantareira.

    A data em que essa segunda cota começará a ser utilizada e o custo dessas obras não foram informados.

    A retirada de água da reserva técnica do sistema Cantareira, cujas obras consumiram cerca de R$ 80 milhões, tem representado um custo extra para os cofres públicos e para o meio ambiente.

    CUSTO EXTRA

    O equipamento, que capta a água reservada abaixo das comportas das represas, até hoje não foi conectado à rede elétrica e está funcionando à base de diesel.

    A Sabesp, empresa de saneamento do Estado, estima gastar em média R$ 30 mil por dia para poder ligar as bombas. Como elas operam desde 15 de maio, os gastos da estatal com o combustível já chegam a R$ 3,4 milhões.

    O diesel é uma das fontes energéticas mais poluentes, pois libera gases tóxicos e causadores de efeito estufa ao ser queimado.

    BÔNUS

    Dar desconto na conta d'água para aqueles que pouparem mais, foi uma das formas adotadas pela Sabesp para tentar frear a queda do nível do sistema Cantareira.

    Cinco meses após o bônus entrar em vigor em toda a Grande São Paulo, a parcela de clientes da Sabesp que reduziram seu consumo em agosto permanece idêntica à de março: 76%, segundo balanço divulgado pela estatal nesta segunda (8).

    Naquele mês, o desconto de 30% na conta de quem economiza 20% de água foi estendido de usuários do sistema Cantareira a consumidores em toda a área de atuação da companhia na região metropolitana.

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