Um incêndio atingiu na madrugada desta quinta-feira o CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Sentinelas do Planalto, em Santana do Livramento (495 km de Porto Alegre).

O local vai receber um casamento gay e de outros casais heterossexuais no próximo sábado (13).

Três equipes dos bombeiros trabalharam no combate ao fogo no galpão localizado na rua Guimarães Berman, no bairro Planalto.

Segundo os bombeiros, o incêndio começou por volta da 0h e foi controlado rapidamente. Não houve feridos.

Por volta das 2h30, os bombeiros já realizavam o trabalho de rescaldo para evitar o surgimento de novos focos de fogo.

Os bombeiros não souberam informar se o incêndio foi criminoso. As causas serão investigadas.

POLÊMICA

O CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Sentinelas do Planalto foi o único que aceitou a sugestão de uma juíza para realizar o casamento de dois homossexuais e de 28 casais heterossexuais, durante uma cerimônia coletiva.

A decisão da juíza de aceitar os casais homossexuais no casamento comunitário no CTG deixou tradicionalistas riograndenses de cabelo em pé. O cenário do casamento é considerado uma espécie de guardião da figura mítica do gaúcho destemido e viril.

A juíza Carine Labres, 34, se baseou na resolução 175 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para abrir as inscrições para os casais do mesmo sexo.

O patrão do CTG, Gilbert Gisler, 47, disse que está apenas honrando o artigo 9 da Carta de Princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG): lutar pelos direitos humanos de liberdade, igualdade e humanidade.

Mas o MTG, órgão disciplinador e orientador ao qual os CTGs são filiados, é contra. Rui Rodrigues, 61, presidente da Associação Tradicionalista de Santana do Livramento e conselheiro do MTG, conhece a legislação, mas orienta os gays a procurarem outro local para o casamento.

"Casamento de hétero, de associados ao MTG, de tradicionalistas, sim, concordamos. Mas esse casamento [gay] é fora da nossa realidade", diz Ferreira. "Nosso objetivo sempre foi a manutenção da família tradicional. O que está havendo é uma alteração", conclui Ferreira.