Uma jovem de 19 anos é a única detida pela polícia sob suspeita de atear fogo em um ônibus municipal durante uma reintegração de posse no centro de São Paulo, na manhã desta terça-feira (16).
Bruna Oliveira foi reconhecida pelo sargento da PM Ivair Pires como um dos cerca de 15 mascarados que atacaram o coletivo próximo ao Teatro Municipal, segundo o delegado Luiz Carlos Santana, do 1º DP (Liberdade).
Ele diz que a jovem havia sido despejada há poucos dias de outra ocupação, uma tenda no Terminal Parque D. Pedro 2º. Ela foi com os 3 filhos há cerca de 1 semana para a ocupação da São João, de acordo com o delegado.
O PM Ivair, que testemunhou contra Bruna, afirma que a viu jogar álcool e fogo dentro do ônibus, junto a um grupo de moradores da ocupação, que estavam mascarados. Ele afirma que reconheceu a jovem por causa da blusa, roxa, que ela usava presa na cintura, e que os demais mascarados fugiram.
Segundo o defensor público Bruno Shimizu, a moça admite que entrou no ônibus, mas nega tê-lo incendiado.
Na versão dela, havia focos de incêndio também na ocupação e ela entrou no ônibus para pegar o extintor. Ela diz ter amarrado uma blusa no rosto para se proteger da fumaça, segundo o defensor.
A jovem será indiciada sob suspeita de provocar incêndio, dano ao patrimônio público e associação criminosa, segundo o delegado.
O ônibus foi incendiado por volta das 10h. A reintegração começou por volta das 6h, quando equipes da Tropa de Choque tomaram o edifício ocupado pelo movimento FLM (Frente de Luta por Moradia).
Os sem-teto atiraram pedras e objetos contra os policiais, que, por sua vez, revidaram com bombas de gás e balas de borracha. O tumulto tomou as ruas da região central de São Paulo e durou até, ao menos, por volta das 11h.
Agora a tarde, os confrontos voltaram a ocorrer, principalmente, na região do largo Paissandu e próximo as ruas Xavier de Toledo e Barão de Itapetininga. Lojas voltaram a fechar as portas para evitar saques. Pela manhã duas lojas foram arrombadas.