O comando da Polícia Militar afirmou na noite desta terça-feira (16) que um grupo de sem-teto tentou invadir um prédio desocupado na avenida São João, no centro de São Paulo. A ação foi promovida por famílias que foram retiradas de um outro prédio invadido, na mesma via.
A invasão do segundo prédio foi impedida pela polícia, sem que houvesse confronto. Já a reintegração do outro imóvel foi concluída apenas por volta das 22h10, com a saída do último caminhão com pertences das 315 famílias que estavam morando no local. Os trabalhos de retirada das famílias durou 16 horas e resultou em 12 horas de confusão na região central.
O atrito começou porque os sem-teto alegavam haver só 13 dos 40 caminhões combinados. A polícia afirma que os veículos estavam lá, mas que nem todos estavam estacionados simultaneamente e que só reagiu a ação dos sem-teto, que teriam atirado objetos contra os policiais. O FLM (Força de Luta por Moradia) nega e diz que só atirou objetos após bombas da PM.
Ao todo, foram registrados confrontos nas ruas Barão de Itapetininga, Ipiranga, 24 de Maio, Dom José de Barros e próximo a região da praça da República. Houve tumulto, correria e a todo instante a PM lançava bombas de gás para tentar dispersar a multidão. Um ônibus foi incendiado e duas lojas saqueadas.
O clima de tensão diminuiu à tarde, mas tumultos recomeçaram por volta das 16h. Houve nova correria e lojistas voltaram a baixar as portas. Funcionários do comércio local foram liberados mais cedo e alguns saíram das lojas usando máscaras cirúrgicas para se proteger do gás lacrimogêneo que tomava a região.
Segundo o comando da PM, foram identificados no meio dos confrontos mais de dez "black blocs" que já estavam sendo monitorados por conta de outros atos. Eles teriam participado, inclusive, do ataque ao coletivo na frente do Theatro Municipal. Nenhum dos jovens identificados, porém, foi detido.
