Começou tudo por acaso, mas agora é de propósito. Moradores de uma das maiores favelas da América Latina comemoraram nesta terça-feira (16) o Dia de Paraisópolis, na zona oeste de São Paulo.

A comemoração tem a ver com uma coincidência de datas de instituições do local. Foi em um dia 16 de setembro que surgiu a UCMP (Associação dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis).

O mesmo aconteceu com a AMP (Associação das Mulheres de Paraisópolis) e com outros dos numerosos projetos sociais também instalados em Paraisópolis.

Diante disso, moradores decidiram oficializar a data.

"A descoberta foi repentina. Então, para manter a tradição, a cada ano é lançado um projeto novo", diz Gilson Rodrigues, líder comunitário e um dos organizadores das comemorações.

	Francisca Rodrigues/Agência Paraisópolis
	Apresentação de balé durante comemoração do Dia de Paraisópolis nesta terça-feira (16)

BAIRRO

Em 2014, foi a vez do Skate Solidário, projeto com apoio da iniciativa privada voltado ao esporte.

A comemoração do Dia de Paraisópolis teve também uma apresentação do grupo de balé infantil e da orquestra sinfônica do local.

A favela começou a surgir na década de 1970, com ocupações em torno de chácaras próximas ao bairro do Morumbi, localizado na zona oeste de São Paulo.

Após intenso crescimento populacional desde a década de 1980, moradores passaram a buscar a elevação da favela à categoria de bairro.

Atualmente, vivem no local 70 mil pessoas, de acordo com a prefeitura.

O esforço dos moradores deve ganhar projeção em no ano que vem, quando Paraisópolis será cenário de uma novela da Rede Globo.

"Ninguém quer morar em uma favela; todos desejam residir em um bairro. Isso não vale só para a gente, é para todos", afirma Rodrigues.