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    Sem-teto não podem se deixar usar por oportunistas, afirma Haddad

    DE SÃO PAULO

    17/09/2014 13h16

    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira (17) que o movimento de moradia "não deve deixar ser utilizado por oportunistas" que promoveram atos violentos como os que ocorreram na terça-feira (16) no centro, durante a reintegração de posse de um edifício invadido na avenida São João.

    "O que aconteceu foi o seguinte: por resistir ao cumprimento de uma decisão judicial, pessoas externas, estranhas ao movimento de moradia, se valeram da oportunidade para criar aquela situação que ninguém deseja. Isso é muito ruim, e o movimento tem que compreender que não deve deixar ser utilizado por esses oportunistas", disse o prefeito durante visita ao antigo Clube de Regatas Tietê, que será reaberto para a 8ª Virada Esportiva, neste fim de semana.

    Segundo Haddad, esses grupos protagonizam episódios de violência em manifestações desde junho do ano passado. "Oportunistas se aproveitam da situação para promover ataques –ao patrimônio público, aos lojistas, ao cidadão comum– que ninguém deseja".

    A avaliação do prefeito se aproxima da do comandante da PM na capital, Glauco Silva de Carvalho, que afirmou nesta terça ter identificado a atuação de integrantes da tática "black bloc", que prega a depredação do patrimônio como forma de protesto.

    Na terça, além de saques à lojas e incêndios a um ônibus, 20 telefones públicos foram depredados.

    RESISTÊNCIA

    Haddad ainda criticou a resistência à ordem de despejo por parte de ocupantes –o que foi apontado pela Polícia Militar como causa os confrontos com os sem-teto que tomaram parte da região central por mais de 12 horas. Os sem-teto negam e dizem que o tumulto começou porque não havia o número de caminhões de mudança combinado para a remoção das 315 famílias.

    "Não tem cabimento resistir à decisão judicial. A decisão judicial foi tomada, foi dado o tempo, os meios foram colocados à disposição, os abrigos foram colocados à disposição", disse Haddad.

    Ele afirma que procurou negociar a desapropriação do edifício da av. São João para habitação previamente, mas que a prefeitura não tinha recursos para pagar o valor fixado pelo imóvel na Justiça.

    "Sairia em torno de R$ 40 milhões, um valor extremamente exorbitante e incompatível com as possibilidades da prefeitura. Estamos investindo R$ 500 milhões em desapropriações, mas para produzir 55 mil moradias. Não posso gastar R$ 40 milhões com um único prédio", disse.

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